Após o último fim de semana, todas as seleções participantes da Copa do Mundo têm motivos para ligar o sinal de alerta nos amistosos preparatórios para o torneio. Com o Brasil não é diferente, afinal, graves lesões, como as fraturas na perna do italiano Montolivo e do mexicano Luis Montes, deixaram jogadores fora do Mundial.
A seleção brasileira ainda está ilesa, mas também tem histórico de cortes em outras Copas, casos dos volantes Edmilson, em 2006, Emerson, em 2002, e Flávio Conceição, em 1998, ano em que lesões também afastaram o atacante Romário e o zagueiro Márcio Santos da competição.
Por isso, a comissão técnica da seleção brasileira tem adotado cuidados especiais para deixar todos os jogadores bem condicionados fisicamente e, principalmente, evitar contusões às vésperas da Copa do Mundo. Assim, os volantes Paulinho, com dores no tornozelo, e Fernandinho e o zagueiro Thiago Silva, ambos em busca da melhor forma, serão poupados no amistoso desta terça-feira contra o Panamá, no Estádio Serra Dourada.
A ausência de Thiago Silva, aliás, abrirá espaço para Dante, que vai ganhar uma oportunidade entre os titulares e formará a dupla de zaga da seleção brasileira com David Luiz em Goiânia. O jogador do Bayern de Munique reconhece que uma lesão pode acabar com o sonho de disputar uma Copa do Mundo, mas garantiu que não entrará em campo nesta terça-feira pensando nisso.
“A melhor forma de não se machucar é ir forte, sem medo e 100% em todas as disputas. Essa é a maneira mais segura de ir para o choque. Depois, tudo pode acontecer, até uma lesão. Mas em amistosos como esse, se tivermos que ir para o pau, vamos embora. O importante é trabalhar forte, sem pensar em machucar”, disse.
Reserva da seleção brasileira assim como Dante, o lateral-esquerdo Maxwell tem uma opinião bem diferente. Com sinceridade, o lateral-esquerdo admitiu que ficou difícil seguir completamente concentrado em campo após ser convocado para a Copa do Mundo.
“Depois que saiu a convocação, todos os jogos, não só os amistosos, são difíceis de jogar 100% focado, afinal, existe o medo de perder uma competição como essa, que é um sonho. É duro ver alguns companheiros passando por isso. Mas, na hora dos jogos, a gente tem que esquecer esses acidentes. E, durante a preparação, seguir fazendo a prevenção”, comentou.
Os treinamentos da seleção brasileira na Granja Comary, em Teresópolis (RJ), já tiveram alguns choques duros. O principal deles aconteceu no coletivo do último sábado. O meia-atacante Bernard acabou deixando a atividade antes do final, mas quem acabou levando a pior foi o volante Paulinho, que ficará fora do amistoso desta terça-feira.
Dante, porém, destacou que as disputas duras são necessárias e ajudam na preparação da seleção brasileira. “A gente chega forte, mas também com inteligência. Conversamos entre nós para que treinemos forte, porque é a Copa. Se não tiver contato no treino, fará falta na frente. Na Copa, teremos que vencer as disputas. Só temos que ter inteligência para não machucar ninguém”, comentou.
O zagueiro só não acredita que a seleção brasileira possa ser beneficiada por não ter perdido, até agora, jogadores por lesão, ao contrário de outros rivais na Copa. Apesar disso, algumas das principais seleções do mundo sofrem com incertezas. São os casos dos alemães Neuer e Lahm, do francês Ribery, do português Cristiano Ronaldo e do uruguaio Suárez. “Às vezes, o reserva que entra vem com uma motivação muito maior. É claro que a gente não deseja isso para ninguém”, concluiu Dante.
