Somália chora e promete não repetir erro no Botafogo

O volante Somália, do Botafogo, resolveu se pronunciar oficialmente nesta quinta-feira, oito dias depois de ter forjado um sequestro-relâmpago para justificar a sua falta ao treinamento que abriu a pré-temporada do time em 2011. Emocionado, ele se retratou após comparecer pela manhã à delegacia, no Rio, para prestar esclarecimento sobre o assunto.

“Tenho que vir a público pedir desculpas e perdão a todo mundo, como filho, pai de família e cidadão. Peço desculpas à torcida, que sempre me apoiou e tenho certeza que vai continuar me apoiando. Minha família sofreu muito durante este tempo. Errei, estou aqui para assumir. Já conversei com meu advogado, fomos à delegacia prestar esclarecimentos. Tudo que tenho que fazer é pedir desculpas e dar sequência ao trabalho, mesmo não sendo fácil passar por este tipo de situação”, afirmou o jogador, para depois lamentar o efeito negativo que sua atitude teve para o clube.

“Quero pedir desculpas também à instituição Botafogo, acabei expondo o clube. Já pedi aos companheiros e à comissão técnica. Estou arrependido. Tenham certeza que não acontecerá mais. Joel (Santana, técnico) me disse que as coisas acontecem para aprendermos. Passou. Só posso ser grato às pessoas que acreditaram em mim e torço para que esta página seja virada. Temos um ano todo pela frente, preciso continuar dando o melhor e ajudando o Botafogo”, reforçou Somália, que chegou a chorar durante o seu pronunciamento.

A FARSA – Na semana passada, o atleta teve a sua farsa desmascarada pela Polícia Civil do Rio, dois dias depois de relatar o sequestro-relâmpago, que ele alegou ter sofrido quando se dirigia ao Engenhão, local do treino realizado no último dia 5.

Segundo a polícia, imagens do circuito interno do prédio onde mora o jogador registraram o momento em que ele entrou no imóvel, por volta das 4 horas do dia 5. O vídeo mostra também quando Somália sai do prédio, por volta das 9 horas, apenas cerca de meia hora antes de o volante chegar ao 16.º DP da Barra da Tijuca, na zona oeste do Rio, e dizer que teria ficado em poder de sequestradores por cerca de duas horas.

Após ser comunicado pela polícia sobre a farsa, o Botafogo anunciou, na ocasião, “que qualquer decisão administrativa referente a uma possível punição em relação à conduta do atleta será definida após esclarecimentos das partes”. Além disso, o clube deixou claro que não irá defender Somália perante à Justiça neste caso. “A questão criminal será tratada exclusivamente por um especialista, que deverá ser contratado pelo próprio atleta”, assegurou.

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