Sofrimento exorcizado com apoio da torcida

O sofrimento está passando. O Paraná venceu a terceira partida consecutiva no torneio da morte e abriu o caminho para a fuga do rebaixamento para a segunda divisão do futebol paranaense. O Nacional de Rolândia mostrou suas fragilidades e não foi páreo para o Tricolor – que venceu por 2×1, sábado, na Vila Capanema, e assumiu a liderança da repescagem do campeonato estadual.

Por mais que o Paraná Clube tentasse levar o jogo a bom termo, as atitudes dos jogadores do Nacional ainda traziam irritação aos tricolores. Sabendo que isso poderia ser mais prejudicial que favorável, o técnico Édson “Neguinho” dos Santos preferia manter a serenidade, pedindo aos jogadores que respondessem com bom futebol. Pela primeira vez o time repetia uma formação – e, melhor, a que conseguiu a retumbante goleada sobre o Grêmio Maringá.

E o Paraná mostrou a que vinha no primeiro minuto – Jadílson lançou Fábio Oliveira, que chegou a passar pelo goleiro, mas chutou fraco. Como pedira Neguinho, o time pressionava na saída de bola do Nacional, assustando o adversário. Os tricolores tinham outro espírito, diferente do que se via na primeira fase do paranaense: eram jogadores confiantes, que não temiam os rivais, e sim impunham seu ritmo na partida. O fato de o jogo ser na Vila Capanema, com ótimo público (para o momento paranista), também colaborava para a pressão.

O pensamento tático do Paraná era resumido no posicionamento de seus três volantes. Apesar de ser jogadores de marcação, Alexandre, João Vítor e Wiliam tinham liberdade para apoiar e ?imprensar? o Nacional em seu próprio campo. Quase todas as jogadas ofensivas saíam pela esquerda, aproveitando a boa fase de Jadílson. Gélson Baresi, aos 10 minutos, obrigou Felipe a praticar boa defesa. As bolas alçadas se mostravam importantes para o Tricolor, que em todas as jogadas levava vantagem sobre os defensores adversários.

Percebendo que a caminho tricolor era pela esquerda, o Nacional acertou a marcação e começou a equilibrar a partida. Apesar de faltar ambição – ou qualidade – aos jogadores do time de Rolândia, o Paraná sentiu a dificuldade e diminuiu o ritmo. A prova da incompetência dos visitantes foi vista aos 23 minutos, quando Juninho apareceu na cara de Flávio e conseguiu chutar para fora. Logo depois, Douglas Carioca colocou para a rede, mas o lance foi impugnado pela arbitragem, alegando impedimento.

Definição

Já que o adversário não sabia como fazer, faltava apenas o gol para o Paraná. E ele veio na categoria de Jean Carlo: aos 30 minutos, o meia cobrou falta com extrema competência, abrindo o placar. A vantagem fez os tricolores se acomodarem, levando o primeiro tempo em ?banho-maria? até o final.

Neguinho pediu maior retenção de jogo na segunda etapa. O objetivo era pragmático: manter o resultado e, se possível, ampliar o placar. Só que o Nacional voltara mais ofensivo, e Flávio teve que trabalhar. Mas logo aos dois minutos, China perdeu a bola e, sem opção, derrubou Athos. A penalidade foi cobrada por Wiliam, que venceu Felipe e marcou o segundo gol tricolor. Sobrava para o time de Rolândia apelar – Leandro merecia ser expulso ao chutar Athos, mas recebeu apenas o cartão amarelo.

O jogo estava decidido. A torcida aproveitava para exorcizar todos os fantasmas, inclusive o da amarga derrota em Rolândia. O ritmo ofensivo foi diminuído, e o objetivo foi apenas evitar confusões, que a todo momento eram provocadas pelos jogadores do Nacional, que fez seu gol de honra com Magrão, aos 43 minutos. Nas contas do Paraná, falta apenas mais um ponto para escapar do rebaixamento (e recuperar a honra do clube). E ele pode vir no próximo final de semana, contra o Grêmio, no Willie Davids.

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