Sócio da BWA critica ação da polícia no caso do esquema de falsificação de ingressos

Citada no esquema de falsificação de ingressos, a BWA criticou o modo como a prisão dos acusados de estelionato foi divulgada pela polícia paranaense.

Um dos proprietários da empresa, Walter Balsimelli, disse que a investigação não é nova. ?Desde agosto de 2007, identificamos junto ao Palmeiras um esquema de clonagem e falsificação de ingressos, e repassamos as informações às autoridades. A polícia do Paraná trabalhou bem ao prender a quadrilha, mas quis colher os louros políticos e acabou atrapalhando a investigação, que ainda está em andamento em São Paulo?, falou o empresário. Segundo ele, 15 pessoas já foram presas no estado vizinho por envolvimento no golpe, mas o processo estava sob sigilo judicial.

O empresário não gostou quando a polícia disse que a BWA está sob investigação. ?Nós é que estamos à frente deste processo. Também falaram que fomos notificados, o que não é verdade?, rebateu.

Balsimelli diz que o golpe começava com o furto de lotes de entradas ?virgens?, dentro da fabricante de ingressos em Curitiba, contratada pela BWA. ?A fábrica não tinha controle sobre o excedente?, diz Balsimelli.

Esses ingressos virgens saíam da fábrica, eram repassados aos falsificadores e copiados numa gráfica, a partir de um modelo tirado de uma entrada verdadeira, comprada na bilheteria. Todos os ingressos clonados, portanto, tinham o mesmo número de série. ?Os ingressos falsos não passavam pelas nossas mãos nem do Coritiba?, afirma.

Balsimelli diz ainda que o esquema só funcionava com a conivência de funcionários do setor de acesso do Couto Pereira. ?Ingressos com o mesmo número de série não passam pelas catracas. Mas quem operava essas catracas pode liberar o acesso através do programa supervisor?, afirma.

Fonte Nova

O empresário também ficou irritado com a declaração do secretário estadual de Segurança Pública, Luiz Fernando Delazari, que disse que o mesmo esquema de clonagem de ingressos pode ter contribuído para a tragédia da Fonte Nova, em novembro de 2007. Na ocasião, sete pessoas morreram quando parte da arquibancada do estádio superlotado cedeu na partida entre Bahia e Vila Nova, pela Série C do Brasileirão. Delazari lembrou que à época a BWA confeccionava ingressos para o Bahia. Ele ponderou, entretanto, que ainda não se sabe se a quadrilha agiu naquele caso. ?A situação é totalmente diferente. Quem operava as catracas era o Bahia, e não houve nenhum ingresso falsificado. Ocorreu que esgotaram-se os ingressos e uma multidão arrombou os portões da Fonte Nova?, rebate o empresário. A reportagem do Paraná-Online tentou contato com o Ministério Público da Bahia, mas não obteve resposta.

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