Adriano viveu uma semana
conturbada por rumores.

O Coritiba precisa jogar muito bem a partir das 16h, no Couto Pereira, contra o Figueirense. E não é pela necessidade extrema de vitória, apesar de a equipe estar há seis partidas sem vencer no campeonato brasileiro. E sim para tentar deixar o foco do jogo dentro de campo.

São esperados protestos da torcida contra o técnico Antônio Lopes, alguns jogadores e até mesmo para a diretoria. Por isso, só uma boa atuação faz com que possíveis reclamações se diluam apesar de ser quase impossível que elas não aconteçam.

Apesar de ninguém confirmar, o clima para a partida é tenso. Lopes, que “quase?? chegara a um ponto comum com a maioria da torcida, escalando o esquema 3-5-2 em todos os treinos da semana, mudou de idéia e vai com o 4-4-2 que ele prefere. Assim, Jucemar (que ganhou a vaga de Rafinha na direita) e Adriano voltam a ser defensores, e a equipe retoma um estilo de jogo mais cadenciado, próximo ao que foi visto em quase todo o Brasileiro.

No time estarão jogadores contestados, Tuta mais que qualquer outro. O centroavante passou por situações complicadas nos últimos dias, sendo criticado abertamente pelo presidente Giovani Gionédis. Depois de responder com ironia, o atacante prefere a calma. “Não estou pensando em resposta para ninguém, e sim em uma boa atuação”, comenta. “Eu não me preocupo com ele”, garante Antônio Lopes, que escalou Tuta apenas no último coletivo antes do jogo só nesta semana foram quatro.

Em campo também estará Adriano, que viveu uma semana atribulada. Desde a segunda, como se pressentissem algo, os jornalistas perguntaram sobre seu futuro. Na quinta, dirigentes do Cruzeiro afirmaram que o Coxa perderia o lateral no final do ano que vem. O desmentido alviverde foi rápido, confirmando o interesse da Raposa, mas negando veementemente que o jogador já estivesse negociado. Chateado, Adriano preferiu não falar com a imprensa a partir de sexta, mas antes disso tinha garantido que tais especulações não iriam afetar seu rendimento em campo.

Involuntariamente, o lateral pode sofrer mais que esperava no gramado do Couto Pereira. A modificação tática, que tanto o “ajudava?? caiu por terra, e no coletivo de sexta Adriano foi de novo mais zagueiro que apoiador. Tal decisão deve fazer com que a torcida já chegue ao Alto da Glória com mais restrições ainda a Antônio Lopes. Comenta-se que até as facções organizadas da torcida, que mantinham uma posição de apoio claro às decisões da diretoria, fariam, pela primeira vez, um movimento pedindo a saída do Delegado.

E é por tudo isso que o Coxa precisa vencer. Além disso, porque o Figueirense é um rival direto pela conquista de uma vaga na Copa Sul-Americana apesar de, mesmo vencendo, o time catarinense não será ultrapassado. “É um jogo de seis pontos”, resume o zagueiro Alexandre, que acabou sacado do time na última hora. Mais que uma partida de seis pontos, pode ser o ponto inicial para uma reconciliação da torcida com o clube ou do aumento das diferenças.

Meta é acabar com o jejum

Júlio Castro

Florianópolis (AE) – Quatro meses e 11 dias. É o período de jejum sustentado pelo Figueirense ao longo das últimas 13 partidas disputadas fora de seus domínios. A última vitória ocorreu no dia 26 de junho, quando surpreendeu o Flamengo, em Volta Redonda, por 3×0. Desde então, foram acumuladas nove derrotas, quatro empates e um insignificante aproveitamento de pouco mais de 10%.

“A maneira como nos apresentamos na vitória sobre o São Paulo, renovou nossa motivação e é com a mesma garra que vamos lutar pelos três pontos em Curitiba”, prometeu o lateral-esquerdo André Santos.

Comprometido em mudar o panorama e sustentar suas chances de terminar o brasileiro entre os clubes que garantirão vaga na Sul-Americana 2005, o time alvinegro joga diante do Coritiba sem as participações do volante Jeovânio e o meia Alexandre Gaúcho, suspensos. Galeano e Cesar Prates serão seus substitutos, respectivamente.

O goleiro Edson Bastos foi vetado, na sexta-feira, após quatro dias de tratamento intensivo para tentar se curar de uma lesão sofrida na região da clavícula esquerda, por ocasião da vitória sobre o São Paulo, semana passada. Gustavo será o seu substituto.

CAMPEONATO BRASILEIRO
CORITIBA X FIGUEIRENSE

Coritiba: Fernando; Jucemar, Miranda, Reginaldo Nascimento e Adriano; Ataliba, Roberto Brum, Ricardo e Luís Carlos Capixaba; Tuta e Laércio. Técnico: Antônio Lopes

Figueirense: Gustavo; Paulo Sérgio, Márcio Goiano, Cleber e André Santos; Galeano, Carlos Alberto, Cesar Prates e Bilu; Romualdo e Genilson. Técnico: Dorival Júnior.

Súmula
Local
: Couto Pereira
Horário: 16h
Árbitro: Cléber Wellington Abade (SP)
Assistentes: Emerson Augusto de Carvalho (SP) e Giovani César Cansian (SP)

Um jogo muito especial para Nascimento

De um lado, o Coritiba. De outro, o Figueirense. Para todos os jogadores do Coxa, não há nada de mais espetacular na partida de hoje. Afinal, quantas vezes se enfrentou o time catarinense? Mas o capitão Reginaldo Nascimento se verá envolvido em uma situação sentimental e inusitada. Na sua terceira partida após a recuperação de três fraturas na face, ele vai rever o adversário do dia em que teve o maior susto da vida.

Naquela partida, no estádio Orlando Scarpelli, Nascimento era o quarto-zagueiro coxa, como em quase toda a temporada. Em uma jogada infeliz, um adversário tentou a cabeçada e o capitão alviverde acabou cabeceando a nuca do jogador. Resultado: as fraturas nos ossos da face, uma cirurgia com implantação de pinos e placas metálicas no rosto e três meses de estaleiro, numa complicada recuperação clínica e psicológica.

Agora, já reacostumado com o futebol, Reginaldo Nascimento volta a encarar o Figueira. E garante que não vai ter lembranças durante a partida. “Eu não posso ficar pensando nessas coisas. São fatos que aconteceram, e se foi com o Figueirense poderia ter sido em qualquer outra partida. O meu negócio é entrar em campo e ajudar o time a vencer”, afirma o capitão, ressaltando o fato do Coxa estar sem vencer no Brasileiro há seis rodadas.

Para ele, o mais importante é a possibilidade de jogar e voltando a ser o quarto-zagueiro. “Eu estou me acostumando com as alterações, mas é bom atuar sempre onde você se sente melhor”, comenta ele, que foi um dos destaques dos coletivos desta semana. “Além disso, quem decide é o treinador, e se ele me escalar eu vou ficar satisfeito”, finaliza Nascimento. (CT)

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