Se o futebol paranaense dependesse de uma Divisão de Acesso forte, estaria perdido. A disputa que dá acesso à Serie Ouro – 1.ª Divisão – está desprestigiada e apenas sete clubes mandaram seus representantes ao arbitral que ocorreu na tarde de ontem, na sede da Federação Paranaense de Futebol – FPF. Assim, a federação estendeu o prazo de inscrição à disputa até amanhã, dia 31. Esta é a data-limite para que as equipes regularizem seus débitos e documentação com a entidade. ?Este será o prazo final, pois na segunda-feira, dia 5, divulgaremos a tabela. Caso mais nenhuma equipe se inscreva para a Divisão de Acesso, o campeonato será realizado com as associações que compareceram no arbitral?, afirmou o presidente da FPF, Onaireves Rolim de Moura.
Pelo cronograma da FPF, a Divisão de Acesso terá início em 25 de março e será disputada em duas fases. Na primeira, todas as equipes jogam entre elas, em turno e returno.
As melhores classificadas disputam um quadrangular final também com jogos de ida e volta. Campeão e vice sobem para a 1.ª Divisão de 2008.
Os clubes participantes da ?segundona? paranaense, até o momento, são: Toledo Colônia Work (TCW), Havaí (Campo Mourão), Operário Ferroviário (Ponta Grossa), Francisco Beltrão, Pitanga, Umuarama e Real Brasil, de Curitiba. Para montar seus times, os clubes poderão utilizar apenas jogadores com idade máxima de 23 anos – nascidos a partir de 1.º de janeiro de 1984.
Os jogos serão disputados somente aos domingos.
?É tudo ou nada?, diz Moro
Domingos Moro está preparado para provar que o Toledo Colônia Work não tem envolvimento com a liminar obtida pelo torcedor na Justiça comum. Para auxiliar a defesa do clube, o advogado tenta convencer o torcedor a testemunhar na 2.ª Comissão Disciplinar do STJD. Moro está no Rio de Janeiro desde o fim de semana e, juntamente com a diretoria do clube, estuda a melhor estratégia para defender o Toledo. Um dos temores do advogado é em relação ao caso ser inédito na Justiça Desportiva, após a implementação do Código Brasileiro de Justiça Desportiva – CBJD. O resultado do julgamento pode ser rigoroso demais, para servir como exemplo a outras equipes que, por ventura, recorram à Justiça comum antes de passar por todas as instâncias da Justiça Desportiva.
Moro ressalta que a equipe de Toledo não solicitou a nenhum torcedor para entrasse na Justiça. A Procuradoria do STJD, no entanto, tem suas dúvidas. Para o procurador-geral Paulo Schimidt havia uma riqueza de detalhes no despacho do juiz Eugênio Giongo, com informações sobre trâmites judiciais anteriores que somente o Toledo poderia ter. ? Vamos provar que toda a argumentação utilizada pelo torcedor (na liminar) foi obtida a partir de dados que foram amplamente divulgados na imprensa, em publicações impressas e em sites da Internet. Não se trata de documentação repassada pelo clube?, disse Moro.
O advogado afirmou que a sua responsabilidade é muito grande, pois definirá o futuro do clube. ?Temos que ter cautela, pois as punições impostas ao clube, neste caso, são muito severas?, afirmou.
Como estratégia de defesa, o advogado primeiro tentará provar que o Toledo não tem vínculo algum com o torcedor e depois demonstrar que o clube não foi beneficiado pela liminar, pois ela não recolocava a equipe de Toledo na competição. Apenas proibia os jogos do Engenheiro Beltrão de serem realizados.
Para a 2.ª audiência, Moro preferiu não divulgar a estratégia que utilizará.