Rio – A CBF apresentou o calendário da próxima temporada na qual o Campeonato Brasileiro será disputado por 24 clubes em sistema de turno e returno entre março e dezembro. Falta o conselho técnico da entidade, formado pelos clubes, decidir se o campeão virá da soma total de pontos ou do cruzamento entre o vencedor de um turno contra o outro.

Já é certo o fim dos torneios regionais, da Copa dos Campeões, a volta dos Estaduais e a manutenção da Copa do Brasil. Das 27 federações estaduais, apenas duas (São Paulo e Pernambuco) foram contra a decisão da CBF.

O presidente da CBF, Ricardo Teixeira, disse que, além do cargo, quer deixar, ao fim de seu mandato, em dezembro de 2003, um calendário-modelo a ser seguido nos próximos anos.

Mas o signo da dúvida paira sobre as duas promessas. Ricardo se mantém no cargo há 13 anos e a falta de um calendário é mais antiga: desde 1971, o Brasileiro jamais teve a forma de disputa repetida.

No ano passado, ao lado do ex-ministro de Esportes Carlos Melles, do ex-jogador Pelé e do presidente de Honra da Fifa, João Havelange, a CBF apresentou o calendário quadrienal que está sendo sepultado em seu primeiro ano.

? A diferença é que agora apenas os clubes e federações participaram da elaboração. O apoio de todo o segmento esportivo é a garantia de que o calendário será seguido pelas novas gerações que vão comandar o futebol brasileiro ? disse Ricardo Teixeira.

As antigas gerações, definitivamente, não conseguiram este êxito. O mesmo departamento técnico da CBF, que negou o pedido dos clubes para remarcar datas no início do Brasileiro, agora antecipou o Fla-Flu para ontem, para atender ao Congresso Mundial de Petróleo.

? Não agüento mais olhar para estes dirigentes que combinam uma coisa e depois desaparecem. Essa é a terceira apresentação de calendário da qual participo. Depois mudam tudo, estou saturado. Minha gestão termina em dezembro, mas nem sei se ficarei até lá ? disse o presidente do Botafogo, Mauro Ney Palmeiro, revoltado com a antecipação do Fla-Flu que alterou datas de jogos do alvinegro.

Pelo novo modelo, ficam garantidos um mês de férias para os jogadores e mais duas semanas para a realização de pré-temporadas.

O calendário, que prevê 90 datas para jogos na temporada, começa com os estaduais (em 12 datas) a partir da segunda quinzena de janeiro. A Copa do Brasil e a Libertadores vão de fevereiro a agosto, com 14 datas, todas no meio de semana. Para o Brasileiro, estão reservados 46 datas (36 fins de semana). A Copa Pan-Americana, que substitui a Mercosul, será disputada em 10 datas (meio de semana) entre agosto e dezembro. O campeão da Copa do Brasil e os três primeiros no Brasileiro garantem vaga na Libertadores.

O Brasil tem ainda cinco vagas na Pan-Americana, destinadas ao vice da Copa do Brasil e aos clubes classificados entre o 4.º e 8.º lugar no Brasileiro. A seleção terá oito datas para amistosos. Teixeira disse que só vai escolher o novo treinador no ano que vem para não prejudicar nenhum clube no Brasileiro. Para o amistoso de novembro, o dirigente admitiu que pode escolher o treinador por uma questão de homenagem, que seria Zagallo.

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