Horrível. Esse foi o adjetivo utilizado pelo meia Wiliam para definir o atual momento do Paraná Clube. E nada mais cabível. O Tricolor faz a pior campanha de sua história em campeonatos paranaenses, com quatro derrotas e um empate e nenhum gol marcado, o que o deixa na lanterna da competição. E se não vencer os dois próximos jogos – contra o Rio Branco, no domingo e contra o Prudentópolis, na última rodada – a equipe já estará na disputa do torneio da morte. Do quadrangular, sairão os dois rebaixados para a segunda divisão do estadual de 2005.
Na partida de ontem, mais uma vez o ataque paranista foi deficiente. Com apenas Vandinho enfiado na frente, bastou ao Atlético fazer uma marcação forte no atleta. Com o ataque inoperante, o pepino ficou mais uma vez na mão da defesa, que, sobrecarregada, conseguiu segurar a volúpia do Atlético somente no primeiro tempo. Mas com a expulsão do lateral-esquerdo Anderson, manter o empate ficou impossível. “Não dá para crucificar o jogador. Quando o time perde, perdem todos”, tentou amenizar o técnico Saulo. Nas entrelinhas, o treinador deixou claro que não tem o que fazer, dada a falta de qualidade de seu elenco. “Não adianta cobrar mais do que eles podem dar. Estamos disputando o estadual com os mesmos guris que disputaram o paranaense do ano passado e não chegaram e disputaram a sesquicentenário e não chegaram. Mas não posso falar mal dos meus atletas”, desabafou. Sem muito o que fazer, Saulo acredita que a única saída para o time nesse momento é o trabalho. “Temos que trabalhar, trabalhar e trabalhar. Há chances matemáticas de não ir para o torneio da morte e vamos continuar lutando.” O diretor de futebol, Ricardo Machado LIma, foi mais direto. “O Paraná precisa, para ontem, de pelo menos cinco jogadores para o time titular.”
O diretor de futebol José Domingos tentou botar panos quentes na situação, como forma de proteger os pratas-da-casa. “Os rapazes estão ganhando confiança e vão para os dois jogos com convicção de vitória. Fiz questão de parabenizá-los no vestiário pelo espírito de luta deles.”
Até certo ponto, o dirigente tem um pouco de razão. O Paraná pode ter sido péssimo técnica e taticamente, mas a doação foi total, especialmente por parte da defesa, formada pelo goleiro Flávio, pelos zagueiros Gélson Baresi e Fernando Lombardi e pelos volantes João Vítor e Éverton César. O nome de Leonardo, ex-Sport, foi descartado pela diretoria, que prefere manter o nome do novo reforço sob sigilo. Tuta, que teria acertado com o Coritiba, foi outro nome que circulou nos bastidores. Mas o vice de futebol José Domingos negou que o acerto esteja sendo feito com esse atleta. “O novo atacante joga no Brasil”, diz. Especula-se que o novo reforço possa ser do interior de São Paulo.