São Paulo (AE) – A queda para a terceira divisão da Copa Davis (ontem os peruanos fizeram 3×0 no jogo de duplas) deixará o Brasil numa situação muito mais do que triste e certamente acarretará em sérios prejuízos financeiros. Afinal, uma eventual volta ao grupo de elite só seria possível em 2007 e, ainda assim, tendo de contar com resultados positivos em todos os confrontos diante de adversários sem muitos atrativos para o público e patrocinadores.
Este é o maior buraco em que o Brasil pode cair em sua história. Desde 1981, quando foi criado o sistema de disputa da Davis com o Grupo Mundial, a equipe brasileira jamais chegou tão fundo. Ficou na elite de 1996 a 2003, justamente durante a “era Guga” , que passou a integrar o time em 96 e só deixou este ano em virtude do boicote à CBT.
A terceira divisão, na verdade, é o grupo II da zona americana da Davis. Nesta categoria, estão oito países, como Bahamas, Haiti, Porto Rico, Jamaica, Cuba e Uruguai, com México e República Dominicana disputando uma promoção para o grupo I.
Assim, no próximo ano, o Brasil teria de jogar o grupo II. Se vencer todos os confrontos volta para o grupo I em 2006. E teria, mais uma vez, que vencer todos os adversários para chegar ao final do ano e jogar o playoff na tentativa de conseguir um lugar no Grupo Mundial, onde está a elite do tênis.
Cair de divisão também significa perder dinheiro e derrubar o nível do espetáculo. Afinal, jogos como Brasil x Austrália, em Florianópolis, Brasil x Estados Unidos, em Ribeirão Preto, Brasil x Espanha, em Porto Alegre, atraíram não só um público muito grande, como também o interesse de patrocinadores. Agora, ver a equipe brasileira diante de adversários sem expressão não deve alcançar os mesmos índices.
O confronto deste fim de semana em Brasília, contra o Peru, deixou bem clara esta situação. As arquibancadas estavam praticamente vazias e só mesmo na área de convidados, onde o assunto é política e não exatamente o interesse pelos jogos, havia um número razoável de pessoas, com cerca de 150 convidados.