Time novo, roupa nova, mas os mesmos e terríveis fantasmas. A derrota (2 a 0) para o Brasiliense-DF – a quarta nesta Série B – reabriu feridas e afundou o Paraná Clube na zona do rebaixamento. Um quadro preocupante, que culminou com a fúria de seus torcedores. A reta final do jogo foi na base das vaias e de relembrar antigos protestos contra diretoria, parceiros, jogadores e comissão técnica. Do tradicional “vergonha, time sem vergonha” ao “bando de ladrão, a Série A é a nossa divisão”…

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Allan Costa Pinto
Bronca: atletas x torcida.

Um reflexo esperado depois de novo fracasso. O Tricolor fechou a 8.ª rodada na ZR, com um pífio aproveitamento de 33,33%. Justamente no jogo apontado como um divisor de águas na vida do clube, o Paraná já tem “a água à altura do nariz”, nas palavras do técnico Zetti. O treinador, aliás, foi duramente criticado pela maioria dos três mil torcedores que estiveram na Vila Capanema sábado à noite. A diretoria, pressionada por torcedores e conselheiros, não “bancou” a permanência do treinador.

“Nessa hora, estão todos sob pressão e avaliação. Os resultados são muito ruins”, disse o vice de futebol Márcio Villela. O dirigente não bancou a permanência de Zetti. Há um mês e meio no clube, o treinador tentou montar uma equipe base a partir dos 14 reforços que desembarcaram após o pífio desempenho no Estadual. Só que, até aqui, o time não engrenou. Deu sinais positivos após uma sequência de duas vitórias, mas desandou nas rodadas seguintes, chegando a três jogos sem vitória, com duas derrotas preocupantes nesse retrospecto.

Revendo conceitos

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Na prática, o Paraná se vê obrigado a pelo menos momentaneamente arquivar seu plano de retorno à Série A. Como no ano passado, o primeiro objetivo passa a ser o distanciamento na área de risco de degola para a Série C. “Não podemos admitir uma situação como essa. Investimos em bons jogadores e queremos resultados”, disse Villela. O dirigente chegou a afirmar que, se necessário, o Paraná poderá rever conceitos e buscar novas peças para substituir atletas que não estão correspondendo.

Independente da troca de jogadores ou da comissão técnica, é certo que o Paraná terá que derrubar muitas barreiras para não marcar passo na Segundona, mais uma vez. Até hoje, desde que a Série B passou a ser disputada por pontos corridos, jamais um clube saiu da ZR (na 8.ª rodada) para fechar o ano no G4. O mais próximo disso ocorreu nas temporadas 2006 e 2008, quando América-RN e Santo André-SP, respectivamente, conseguiram acesso após somarem apenas 9 pontos nas oito primeiras rodadas da competição.

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