Representantes do Sindicato dos Atletas de São Paulo visitaram 33 clubes do Estado desde o ano passado para alertar jogadores, técnicos e dirigentes sobre a ação dos manipuladores de resultados. O cenário que encontraram foi alarmante: pelo menos seis clubes já haviam recebido recentemente propostas para “entregar” jogos em troca de dinheiro.

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“A maioria dos clubes tem medo de denunciar esses casos por causa das retaliações. Existe uma máfia de manipulação de resultados. É uma gangue pior que o narcotráfico”, afirmou Mauro Costa, diretor de relacionamento da entidade.

Costa fez palestras em clubes de todas as divisões e compartilhou o que aprendeu no curso “Treinando o treinador”, ministrado pela Interpol no ano passado. Durante uma semana, um representante do sindicato de atletas de cada país esteve na Costa Rica para conhecer detalhes sobre a operação dos manipuladores no mundo todo e, principalmente, formas de combatê-las. O curso foi oferecido pela polícia internacional em parceria com a Fifa e o Fifpro, o Sindicato Mundial dos Atletas.

Atletas e dirigentes são orientados a tomar três atitudes diante do manipulador: reconhecer, resistir e denunciar. Em geral, explica o diretor, eles tentam propostas indiretas, oferecendo presentes ou ajuda para a família. Depois, pedem um cartão amarelo. O manipulador faz gravações dessa proposta, aparentemente inocente, para “amarrar” o atleta. Em seguida, começa a chantagem para propostas mais graves, como modificar os resultados dos jogos.

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O sindicato mostra o risco de prisão – a pena prevista é de dois a seis anos de acordo com o Estatuto do Torcedor e também o banimento do futebol de acordo com o Código Disciplinar da Fifa.