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Sindicato dos jogadores vence queda de braço e adia Campeonato Argentino

Sergio Marchi é o nome da vez no futebol argentino. Líder do sindicato dos jogadores, conhecido como Agremiados, ele suportou a pressão do governo federal, dos clubes e da Associação de Futebol Argentino (AFA) e, com o apoio dos líderes dos elencos, conseguiu que o reinício do Campeonato Argentino fosse mais uma vez adiado, para a semana que vem.

Os jogadores reclamam de salários atrasados desde que o presidente Mauricio Macri decidiu encerrar o programa Fútbol para Todos, bandeira dos governos Kirchner, que financiava o futebol argentino por meio de cotas da TV. Na quinta, o governo pagou uma rescisão de 350 milhões de pesos (cerca de R$ 70 milhões) à AFA, que deverá repassar o dinheiro aos clubes e, estes, aos jogadores.

Mas os atletas não abrem mão de só entrar em campo quando o dinheiro estiver em suas contas bancárias. A dívida dos clubes com os jogadores, de acordo com os Agremiados, é de 410 milhões de pesos, dos quais 260 milhões em salários – o restante em direitos de imagem, bichos e luvas. Ao menos a dívida em carteira de trabalho deve ser quitada.

Durante a sexta-feira, diversas reuniões envolveram os Agremiados, o Ministério do Trabalho, a AFA e os clubes. No começo da tarde, os dois jogos da noite foram cancelados, deixando em aberto que a rodada de sábado e domingo poderia acontecer. Alguns presidentes de clubes queriam escalar juvenis, sendo dissuadidos por outros dirigentes e também pelos técnicos.

Nova reunião, já na sexta-feira à noite, decidiu por mais um adiamento dessas partidas, com a promessa dos Agremiados de que tudo volta ao normal na sexta-feira da semana que vem. Os duelos da segunda e terceira divisão foram mantidos, mas os clubes entrarão em campo com jogadores juvenis – não sindicalizados.

O Campeonato Argentino, que nesta temporada segue o calendário europeu, foi paralisado no início de dezembro e deveria ter sido reiniciado na primeira semana de fevereiro. Desde janeiro, os times têm jogado apenas amistosos e jogos-treino.

Essa situação pode ajudar os times brasileiros na primeira rodada da Libertadores, uma vez que enfrentarão rivais que estão sem jogar. O Botafogo pega o Estudiantes, que fez seu último jogo oficial em 17 de dezembro – desde então, jogou a Florida Cup, o Torneio de Verão e outros amistosos.

O San Lorenzo, rival do Flamengo, e o Godoy Cruz, que pega o Atlético-MG, também não jogam desde meados de dezembro – o time da capital ainda jogou o Torneio de Verão, enquanto o Godoy Cruz teve que se virar com amistosos, apenas. Só o Atlético Tucumán, que receberá o Palmeiras, está em atividade: jogou a fase preliminar da Libertadores.

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