Discreto, porém eficiente. É com essa receita, que na linguagem dos jogadores de futebol é conhecida como ?feijão com arroz? que o volante Gilberto Silva pretende continuar na equipe titular do Brasil que, no sábado, vai enfrentar a China pela segunda rodada da fase de classificação da Copa do Mundo da Coréia do Sul e do Japão.
Depois de entrar na equipe em uma situação delicada, como substituto, de última hora, do capitão Emerson, cortado por contusão, o novato foi um dos destaques na vitória sobre a Turquia, de virada, por 2 a 1.
Para Gilberto, mais do que o rendimento técnico e tático dentro do campo, o que mais o ajudou, e continua ajudando, é o apoio que recebe dos companheiros. ?Tenho conversado muito com os jogadores mais experientes, casos do Cafu, Rivaldo, Roberto Carlos e o próprio Emerson. Todos eles estão me dando muita força nesse momento.? Sobre a responsabilidade de entrar na vaga que, até então, era ocupada pelo capitão do time, o volante procurou se mostrar tranqüilo. ?Não tem segredo. O negócio é procurar cumprir o que o treinador pede da melhor forma possível.? O semblante de Gilberto é de alívio. O que mais o incomodava (e também ao treinador) na Espanha, na Malásia e até mesmo na última semana, na Coréia do Sul, durante a fase de preparação, era a insegurança de disputar a primeira Copa. Passada a tensão da estréia, o jogador diz acreditar que tem toda a condição de permanecer no time titular nas próximas partidas. Mas, evidentemente, não esquece de cuidar da política interna. ?Isso (a permanência na equipe) vai depender do Felipão?, observou, sem disfarçar a satisfação de saber que Scolari, poucos minutos antes em sua entrevista pós-jogo, afirmara que pretende manter o mesmo time para iniciar o jogo frente os chineses.
Papo – E por falar no treinador da seleção, Gilberto garantiu que parte da confiança que demonstrou contra os turcos veio do próprio Scolari. O atleta contou que na noite da véspera quando teve de definir o corte de Emerson, o atleta foi chamado por Scolari em seu quarto para uma conversa. ?Ele (o técnico) me disse o que estava acontecendo e o que esperava de mim?, lembrou. ?Foi um papo muito bom. Transmitiu bastante segurança.?