Não poderia ser de melhor forma e em lugar mais adequado. Ontem, no templo rubro-negro e diante de 15 mil entusiasmados espectadores, o elenco 2008 do Furacão gravou definitivamente seu nome na história do clube ao vencer o Cianorte pelo placar mínimo de 1 a 0 e quebrar o recorde de vitórias consecutivas no campeonato estadual, que perdurava desde o lendário time de 1949. O feito obtido pelo Furacão ?new generation? – seqüência de 12 triunfos – foi comemorado pelo atual grupo como a conquista de um importante título. E com toda a razão. Pois se muitos atletas e dirigentes ajudaram a escrever a trajetória do Atlético em seus 83 anos de existência, infelizmente a história reservou lugar para enaltecer poucos desses nomes que eventualmente ainda são lembrados.
Por isso mesmo a festa que aconteceu na Arena merece destaque, porque proporcionou o encontro de duas gerações que honraram e honram as cores rubro-negras e, de agora em diante, imortalizam-se na galeria do clube.
Se em 1949, sob o comando de Nilo Biazetto e do técnico Motorzinho, o Furacão de Viana, Jackson, Rui, Cireno e Neno devastava as defesas adversárias imputando-lhes goleadas arrebatadoras, 59 anos depois o Furacão do técnico Ney Franco, do capitão Claiton, do artilheiro Marcelo Ramos e da zaga menos vazada da competição também alcança seu lugar de destaque, ultrapassando marcas e estipulando novos recordes. Até onde esse grupo pode chegar, somente o tempo dirá.
Jogo
Mas a noite não foi só de homenagens. A equipe de Cianorte veio a Curitiba com o objetivo de conquistar os três pontos e colocar água no chope atleticano. E o que se viu foi um jogo bastante disputado, principalmente na etapa final, quando o Leão do Vale foi pra cima, envolveu o Atlético e quase conquistou o empate.
O feito inédito de 12 vitórias consecutivas pode ser atribuído em grande parte ao goleiro Vinícius, que fez uma bela partida. Segurou chutes difíceis e aos 39 minutos do 1.º tempo impediu o gol do Cianorte ao defender um pênalti.
Coletivamente o time do Atlético não fez uma boa partida e parece ter sentido a ausência de alguns jogadores. Nos primeiros 45 minutos ainda criou boas chances. O gol saiu aos 24, numa boa jogada de Nei, pela direita. O ala cruzou com perfeição nos pés de Pedro Oldoni, que só empurrou para o fundo das redes. Mas a partir do final da etapa inicial o Furacão começou a dar espaços para o adversário, que cresceu e deu vários sustos na galera atleticana. Mas mesmo com algumas falhas, o time comandado por Ney Franco soube se defender e deixar o gramado com mais uma vitória.
A partir de agora, o elenco 2008 passa a escrever a sua própria história, cujo final ainda é desconhecido.
Festa – Ontem o Atlético lançou uma camisa comemorativa aos feitos das equipes de 1949 e 2008. Ela é branca, em algodão, com o escudo do CAP e grafados os anos em que o Furacão alcançou as 11 vitórias seguidas.
Próximo jogo – O J. Malucelli confirmou o Eco-Estádio Janquito Malucelli como palco para o jogo de domingo contra o Atlético, às 15h30. Os ingressos serão diferenciados para as duas torcidas. Para o Atlético estará disponível a carga de 2 mil ingressos de arquibancada a R$ 30 e 500 lugares para meia-entrada que serão vendidos a partir de hoje, na Arena. No dia do jogo não haverá venda de ingressos.
Iguaçu – O Atlético estaria interessado no lateral direito do Iguaçu, Erivelton, que fez um ótimo primeiro tempo no jogo em União da Vitória.
Suspenso – O zagueiro Danilo recebeu o terceiro cartão amarelo e não joga contra o J. Malucelli.
Bola na mesa
Foto: Chuniti Kawamura |
Laio, o goleiro de 49, recebe a camisa 1 das mãos de Vinícius. |
Antes da bola rolar na Arena da Baixada, os atletas que fizeram história no Furacão de 49 foram homenageados pelos atuais jogadores atleticanos num almoço de confraternização no CT do Caju e trocaram longas conversas. Aos remanescentes do grupo que assombrou o futebol paranaense com goleadas expressivas foram entregues camisas oficiais do Atlético, mas devidamente personalizadas. Laio, o ?Fortaleza Voadora?, recebeu das mãos do goleiro Vinícius uma camisa com seu nome e com o número 1 estampado nas costas. Jackson recebeu uma com o número 10 do atual meia Irênio e assim por diante. Como destaque vale ressaltar que foi no ano em que o Furacão surgiu (1949) que as camisas dos times de futebol passaram a usar numeração nos jogos oficiais.
Estiveram presentes no encontro seis atletas do Furacão 49: Laio, Nilo Biazzetto, Valdomiro Galalau, Moacir Viana, Cireno e Jackson, que ressaltou a importância do encontro. ?Hoje pudemos rever nossos amigos e os companheiros de 60 anos atrás. Estamos na expectativa do time vencer mais uma etapa na sua vida futebolística. Estaremos presentes (na Arena) para aplaudir esses jogadores que conhecemos hoje. Conversei sobre algumas jogadas que eu fazia e espero ver alguns gols hoje?, revelou Jackson, um dos maiores artilheiros da história do Atlético, com 140 gols assinalados.
Atlético x Cianorte
Atlético
Vinícius; Alex Fraga, Antônio Carlos e Danilo; Nei (Rodrigão aos 42? do 2º), Alan Bahia, Claiton, Irênio (Pimba aos 32? do 2º) e Netinho; Pedro Oldoni (Piauí aos 32? do 2º) e Willian.
Técnico: Ney Franco.
Cianorte
Danilo; Jederson, Willian, Diego e Fabinho; Amaral (Edu aos 22?do 2º), Wagson, Fábio (Marcelo Lopes aos 22? do 2º) e Fernandinho; Kleber e Washingtom.
Técnico: Cláudio Tencatti
Árbitro: Antônio Denival de Morais
Auxiliares: Gilson Bento Coutinho e Altair L. Dagetthi
Local: Estádio Joaquim Américo, Arena da Baixada, em Curitiba
Gols: Pedro Oldoni aos 24? do 1º tempo
Cartões amarelos: Fabinho, Diego e Amaral ( C), Danilo e Alex Fraga (A)
Público pagante: 14.447
Público total: 15.627
Renda: R$ 311.722,50