A Fórmula 1 está prestes a perder um dos mais importantes circuitos do seu calendário. A pista de Silverstone, na Inglaterra, e que foi palco da prova de abertura do primeiro Mundial de F1, em 1950 – recebe no próximo domingo (21), pela 43.ª e última vez a categoria máxima do automobilismo mundial. Isso porque a partir de 2010 a pista de Donington Park, em East Midlands, será a sede do GP da Inglaterra de Fórmula 1.
Para o brasileiro Nelsinho Piquet, da equipe Renault, Silverstone é a pista mais familiar da temporada da Fórmula 1. “Corri dois anos de Fórmula 3 na Inglaterra ganhei corridas em Silverstone, então é uma pista muito especial para mim”, relata Nelsinho, campeão britânico da F3 em 2004, que venceu duas vezes neste circuito.
Atualmente com 5.141 metros de extensão, a pista é uma das mais velozes da temporada – com a terceira maior média de velocidade no ano, perdendo apenas para Spa-Francorchamps, na Bélgica, e Monza, na Itália. Tão veloz que em todo o primeiro trecho de volta, que compreende também uma das sequências de curvas mais rápidas da Fórmula 1, os pilotos sequer encostam no pedal do freio. “No primeiro setor nós apenas levantamos um pouco o pé do acelerador para direcionar o carro, mas não pisamos no freio”, conta Nelsinho Piquet.
Apesar de ser uma pista veloz, as equipes utilizam níveis mais altos de pressão aerodinâmica nos carros, com o objetivo de manter a estabilidade nas curvas mais rápidas – já que as retas em Silverstone são bastante curtas. A altura dos bólidos é outro desafio para os engenheiros, que precisam equilibrar pressão erodinâmica com as traiçoeiras ondulações do asfalto. Por isso, não é raro ver os pilotos enfrentando a tendência dos carros a escapar de traseira nas saídas de curva, em busca dos melhores tempos.
“A primeira vez na volta que usamos o freio é na curva Stowe. Na verdade, com os freios de carbono de um Fórmula 1, a gente começa a frear já dentro da curva, quando já estamos virando o volante, então o início do contorno é feito a cerca de 200 km/h”, lembra Nelsinho Piquet. “É possível tentar uma ultrapassagem nesse ponto, mas como é um trecho curto de frenagem, você precisa pegar o vácuo na reta do Hangar para conseguir passar”, aponta. Os engenheiros da equipe Renault ainda acreditam que, apesar de o regulamento da Fórmula 1 ter diminuído a pressão aerodinâmica nos carros, os pneus slicks deverão manter o desempenho na pista de Silverstone – enquanto o rendimento do R29 em curvas de alta velocidade, características do traçado inglês, anima o time. “Temos boas expectativas para essa prova, mas ao mesmo tempo mantemos os pés no chão porque não vamos, repentinamente, brigar por um pódio. Uma pista de alta velocidade, como Silverstone, parece ser ideal para o R29, que se adapta muito bem às curvas de alta. O sistema de freios, que talvez seja o ponto onde temos mais problemas no momento, não é muito forçado nessa pista, então seguimos confiantes para conquistar um resultado melhor que os da Turquia”, destaca Bob Bell, diretor técnico da equipe.
Em 42 provas que a Fórmula 1 disputou em Silverstone até aqui, 27 pilotos diferentes venceram – entre eles, três brasileiros: Emerson Fittipaldi (1975); Ayrton Senna (1988) e Rubens Barrichello (2003). O maior vencedor dessa prova é o francês Alain Prost, com cinco triunfos (1983, 1985, 1989, 1990 e 1993). Confira a programação para a oitava etapa do Mundial:
Sexta-feira – 19/6
Treino livre 1 – 6h às 7h30
Treino livre 2 – 10h às 11h30
Sábado – 20/6
Treino livre 3 – 6h às 7h
Treino classificatório – 9h
Domingo – 21/6
Corrida – 60 voltas – 9h