“Na Baixada não tinha zebra. A gente ia pro cacete, era bicho ganho”. Mais acanhada e bem menos moderna do que a Arena construída neste ano para receber quatro jogos da Copa do Mundo, o estádio Joaquim Américo Guimarães, no final da década de 60, já trazia os mesmos benefícios que o caldeirão traz até hoje para o Furacão. Um dos grandes ídolos do Atlético, Barcímio Sicupira, conhecido também como o craque da camisa 8, ressaltou que a forma do estádio atleticano sempre colaborou com o Rubro-Negro nas suas principais conquistas.

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“A Baixada daquela época era o que a gente tinha. Era modesta, mas era a nossa casa e ali eu perdi muito pouco jogo. Dá até para contar nos dedos. Naquele tempo, o estádio exercia mais ou menos o efeito que exerce hoje, pois a torcida sempre foi assim, cooperando muito durante as partidas, inflamando as partidas e jogando junto com o time. E veja que naquela época joguei somente dois clássicos contra o Coritiba no Joaquim Américo, o resto foram todos fora de casa. Éramos muito fortes atuando em casa”, recordou Sicupira, que defendeu a camisa atleticana de 1968 a 1976.

O craque da camisa 8 afirmou que a proximidade que se tinha com o torcedor era importante para a conquista de grandes resultados no Joaquim Américo Guimarães. “Em casa os três pontos eram praticamente garantidos. Eu adorava jogar na Baixada, pois ficávamos muito próximo do público e do torcedor presente. A gente chegava antes e assistia a preliminar que tinha na época da arquibancada até o momento do jogo principal. Essa proximidade era muito importante, pois você ficava íntimo do torcedor e hoje não é mais assim. Você só escuta aquele burburinho e não sabe o que o cara está falando. Ou seja, criava-se uma relação de amizade muito grande além da relação torcedor e jogador”, destacou Sicupira.

Aliocha Mauricio
Sicupira é um dos ídolos do Furacão.

Para o ídolo do Furacão, o título do Campeonato Paranaense conquistado em 1970 simbolizou bem a importância do torcedor atleticano nas partidas dentro de casa. A vitória por 2×1 sobre o União Bandeirante, na Baixada, marcou a conquista do título estadual para o time atleticano. “Neste jogo, precisávamos ganhar o jogo e estávamos perdendo por 1×0 até o final. Mas mostramos nossa força dentro de casa, viramos o jogo e pude fazer os dois gols e ganhamos o título com uma rodada de antecedência. Este foi o jogo que me marcou dentro do Joaquim Américo”, lembrou.

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Além do contato mais próximo que se tinha com o torcedor atleticano na época, outro fato curioso chamava a atenção de Sicupira. Quando chovia, o túnel ficava alagado e o acesso dos jogadores para o campo tinha que ser por fora. “Quando chovia, o túnel ficava alagado e a gente, para entrar em campo, precisava passar no meio da torcida. Após as partidas, para chegar até o estacionamento, os torcedores ficavam esperando para comentar sobre as partidas. Era muito bom e muito diferente do que é hoje”, concluiu Sicupira.

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