“A Baixada daquela época era o que a gente tinha. Era modesta, mas era a nossa casa e ali eu perdi muito pouco jogo. Dá até para contar nos dedos. Naquele tempo, o estádio exercia mais ou menos o efeito que exerce hoje, pois a torcida sempre foi assim, cooperando muito durante as partidas, inflamando as partidas e jogando junto com o time. E veja que naquela época joguei somente dois clássicos contra o Coritiba no Joaquim Américo, o resto foram todos fora de casa. Éramos muito fortes atuando em casa”, recordou Sicupira, que defendeu a camisa atleticana de 1968 a 1976.
O craque da camisa 8 afirmou que a proximidade que se tinha com o torcedor era importante para a conquista de grandes resultados no Joaquim Américo Guimarães. “Em casa os três pontos eram praticamente garantidos. Eu adorava jogar na Baixada, pois ficávamos muito próximo do público e do torcedor presente. A gente chegava antes e assistia a preliminar que tinha na época da arquibancada até o momento do jogo principal. Essa proximidade era muito importante, pois você ficava íntimo do torcedor e hoje não é mais assim. Você só escuta aquele burburinho e não sabe o que o cara está falando. Ou seja, criava-se uma relação de amizade muito grande além da relação torcedor e jogador”, destacou Sicupira.
Aliocha Mauricio |
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Sicupira é um dos ídolos do Furacão. |
Para o ídolo do Furacão, o título do Campeonato Paranaense conquistado em 1970 simbolizou bem a importância do torcedor atleticano nas partidas dentro de casa. A vitória por 2×1 sobre o União Bandeirante, na Baixada, marcou a conquista do título estadual para o time atleticano. “Neste jogo, precisávamos ganhar o jogo e estávamos perdendo por 1×0 até o final. Mas mostramos nossa força dentro de casa, viramos o jogo e pude fazer os dois gols e ganhamos o título com uma rodada de antecedência. Este foi o jogo que me marcou dentro do Joaquim Américo”, lembrou.
Além do contato mais próximo que se tinha com o torcedor atleticano na época, outro fato curioso chamava a atenção de Sicupira. Quando chovia, o túnel ficava alagado e o acesso dos jogadores para o campo tinha que ser por fora. “Quando chovia, o túnel ficava alagado e a gente, para entrar em campo, precisava passar no meio da torcida. Após as partidas, para chegar até o estacionamento, os torcedores ficavam esperando para comentar sobre as partidas. Era muito bom e muito diferente do que é hoje”, concluiu Sicupira.