Sheilla, a pouco conhecida estrela do vôlei nacional

São Paulo – A oposto Sheilla, uma das mais talentosas atacantes do mundo, a melhor atleta do Grand Prix e titular da seleção brasileira que disputa o mundial do Japão, a partir do dia 31, não é popular entre os fãs de vôlei.

Sheilla Tavares de Castro, de 23 anos, 1,86 m e 67 kg, justifica: é apenas sua segunda temporada na fase vencedora da seleção e atua na Itália, longe dos olhos dos torcedores, há três anos. ?As pessoas acompanham mais a seleção, que aparece na TV?, resume Sheilla, mais conhecida em Belo Horizonte, onde iniciou sua carreira.

Do colégio particular Isabela Hendrix, foi levada pelo professor de educação física para o Minas Tênis, em 1997. ?Até ser convocada para a seleção mineira, não conhecia o vôlei profissional.? O talento levou Sheilla para as seleções de base e ao título do mundial juvenil, em 2001, com Jaqueline, Paula Pequeno, Sassá.

Do Minas, após quatro anos, foi para a Itália sem passar por outro clube brasileiro. ?O campeonato é mais forte, com jogadoras do mundo todo. O nível é lá em cima.? Os salários em euro e o debilitado mercado interno atrai as atletas para a Itália.

O italiano da Série A1, a partir de 26 de novembro, após o mundial, terá dez brasileiros, nove jogadoras e o técnico da seleção, José Roberto Guimarães, que dirigirá Sheilla e Mari, no Pesaro. A opção pela Europa afasta as atletas da seleção da Superliga. ?É ruim porque o brasileiro fica sem elas, mas abre espaço para as juvenis?, diz Sheilla.

Elisângela, atacante da Finasa/Osasco, bronze olímpico com a seleção, acha que o vôlei feminino perdeu em popularidade e, por isso, Sheilla não é conhecida como foi Ana Moser, da geração de prata no mundial de 1998. O técnico Bernardo Rezende define Sheilla como a melhor atacante do mundo. ?Elogios são bons, mas sei que tenho de continuar evoluindo para, quem sabe, um dia chegar à Ana Moser.?

Um título inédito para o Brasil, no mundial do Japão, ajudaria o vôlei feminino de clubes. ?Mas são várias as seleções fortes, como China, Cuba, Itália e Rússia. Vou fazer o melhor, mas com todo o grupo.? O apelido Fenômeno, que recebeu das colegas, foi pelas ?largadinhas?, explica, sem relacionar a Ronaldinho do futebol.

O técnico Zé Roberto Guimarães define Sheilla como jovem atacante em evolução. ?Gosta demais de treinar, tem responsabilidade. Mas a Ana Moser marcou época, é referência. Espero que ela chegue lá, é minha torcida.?

Fora, Elisângela garante que vai ficar na torcida

São Paulo – A oposto Elisângela, de 27 anos, ficou fora da seleção brasileira de vôlei que disputará o mundial do Japão, de 31 de outubro a 16 de novembro. Medalhista de bronze nos Jogos Olímpicos de Sydney, em 2000, ela assegurou que não tem do que reclamar por ficar fora do grupo. O time terá sua torcida.

Para Elisângela, um bom resultado do Brasil poderá ter reflexos positivos para o vôlei feminino de clubes, que ?anda mal?. ?O vôlei está muito bem, se falamos de seleção, mas para os clubes…?, afirmou a jogadora – mãe de Lourenzo, de um ano e quatro meses – que está atuando na Finasa/Osasco.

Eleita a jogadora mais eficiente no saque na última Superliga, pelo Macaé, Elisângela disse que, enquanto houver espaço em equipes bem-estruturadas, prefere ficar no Brasil. ?Mas está cada vez mais difícil e muitas jogadoras estão sendo obrigadas a atuar na Europa.?

A atacante observa que a próxima Superliga deverá contar com apenas sete times, número pequeno, e apenas duas muito competitivas, Finasa/Osasco e Rexona-Ades.

Elisângela, de 1,84 m e 81 quilos, questiona até mesmo o ranqueamento que a Confederação Brasileira de Vôlei mantém para dividir as jogadoras pelas equipes. ?São poucas as opções de mercado?, avisa.

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