São Paulo – Nove dias depois de conquistar o cinturão dos penas da Federação Internacional de Boxe nos Estados Unidos, Valdemir dos Santos Pereira, o ?Sertão?, ainda não conseguiu descansar.
O pugilista passou parte do fim de semana festejando com amigos e familiares em Cruz das Almas, sua cidade natal, na Bahia. No domingo, foi ao programa ?Domingo Legal?, de Gugu Liberato, e ontem ficou em São Caetano, arrumando a casa junto com a mulher Sara.
A recepção em Salvador, a festa em Cruz das Almas e o encontro com Gugu ainda emocionam Sertão. ?Eu prometi que não ia chorar quando encontrasse o pessoal. Levei um susto quando vi tanta gente no aeroporto, em Salvador. Abracei minha mãe, que não via há dois anos, e chorei bastante. Depois teve um empurra-empurra e o pessoal me carregou, me jogou para cima e gritou ?O sertão vai virar mar! O sertão vai virar mar!??, lembra.
Foi um dia de ?popstar? para o baiano. ?Quando entrei no carro, o pessoal queria me puxar pela janela. Batiam sem parar no veículo e o motorista saiu correndo. Assim que cheguei em Cruz das Almas também foi uma surpresa. Até eu subir no carro do Corpo de Bombeiros foi um trabalhão. A polícia teve de afastar as pessoas.?
O empresário de Sertão, o ex-pugilista Servílio de Oliveira, também ficou encantado com a recepção ao boxeador em Cruz das Almas: ?Foi feriado naquela sexta-feira. A cidade inteira parou para festejar. Uma loucura, toda aquela gente vibrando com ele, que virou estrela.?
Segundo Servílio, os treinos serão menos intensos. ?Eu diria que é um ?descanso ativo?. O Sertão continua treinando em São Caetano, mas precisa descansar um pouco o corpo?, assinala.
Em dois ou três meses a intenção é que Sertão coloque em jogo o cinturão da Federação Latino-Americana. ?A luta será no Brasil, já que agora todos querem ver o Sertão lutando. Ainda estamos analisando, mas o adversário deve vir do Panamá, México ou Argentina?, diz o empresário.
O local também não está definido. Servílio aponta São Paulo, São Caetano e Cruz das Almas como as cidades que podem sediar a luta: ?Quem oferecer as melhores condições para o combate, leva. Tudo o que sei é que estou vendo os adversários com calma. Não quero um rival que caia no segundo round. Quero alguém que ofereça alguma competitividade. Quando o Sertão ganha por pontos, a vitória é muito mais valorizada. Atleta meu tem de batalhar.?
Rotina e humildade mantidas
São Paulo – Em relação a colocar em jogo a disputa do título da FIB, o empresário admite: ?É muito difícil fazer isso no Brasil. Envolve muito dinheiro.?
Tranqüilo e já esperando pelo próximo combate, o pugilista garante que não vai mudar a rotina de treinos, embora o dia a dia em São Caetano tenha ficado mais tumultuado. ?Vou continuar treinando forte por aqui. Não tem essa de treinar menos. Quando cheguei, o pessoal veio me cumprimentar, dizendo para eu continuar humilde. Na rua o pessoal pára e me pede autógrafo. Teve até uma pessoa que me agradeceu por representar tão bem o povo nordestino fora do Brasil?, assinala.
Sara, a mulher do atleta, também está cansada com a correria da última semana. ?Acho que nem nesta segunda vou conseguir curtir o Sertão. Ele terá de sair para um compromisso. Não deu para descansar. Trabalho das oito da manhã às oito da noite e só nesta segunda estou de folga.?