O Paraná Clube terá que buscar um “tratamento de choque” para corrigir uma sequência preocupante de gols sofridos. Após a adoção do 3-5-2, o time já passou por momentos distintos na disputa da Série B.
Adepto do 4-4-2, o técnico Sérgio Soares precisou se render à necessidade de um maior fortalecimento defensivo para tentar engrenar na competição. Uma decisão tomada quase que às pressas após ver o Tricolor levar uma sapecada de 5×0 do Atlético-GO, em sua estreia à frente do time. A resposta foi imediata.
Assim que arrumou a casa com três zagueiros, o Tricolor emplacou três vitórias seguidas. E o que foi melhor, levando apenas um gol (no triunfo sobre Guarani, por 2×1). Infelizmente para o treinador e seus comandados, não estava tudo resolvido.
Já foram onze jogos sob esse novo plano de jogo, com 5 vitórias, 2 empates e 4 derrotas. O primeiro sinal de que o Paraná não viveria momentos de serenidade veio na derrota para o ABC, em pleno Durival Britto.
Num jogo onde a defesa formada por Freire, Dirley e Gabriel falhou muito. Nesse momento, o clube já havia trazido Dedimar para ser o novo líbero do time e supervisionar, em campo, essa transição de esquemas.
Ele estreou contra o Duque de Caxias e o Paraná perdeu: 2×1. A vitória subsequente, contra o Bragantino, dava a impressão que tudo estava bem. Novo ato falho.
O time voltou a vacilar demais no empate (2×2) com o Campinense e, depois da goleada sobre o Vila Nova, por 3×0, os problemas vieram definitivamente à tona. Foram nove gols sofridos em apenas três jogos, resultando em apenas um ponto conquistado e novo flerte com a zona do rebaixamento.
A cada jogo, a história se repete: erros em profusão na defesa. Em especial em lances de bola parada, que são exaustivamente trabalhados por Sérgio Soares. “Tem lances difíceis de explicar. Era para ser cada um no seu, mas alguém cochilou”, reclamou Soares ainda no intervalo do jogo contra a Ponte Preta, quando o Tricolor perdia por 3×1.
A volta por cima no segundo tempo com o empate por 3×3, conquistado no último minuto e num cabeceio certeiro do zagueiro Gabriel não reduziu a preocupação da comissão técnica. “Se apenas treinando e conversando a coisa não tá acontecendo, talvez seja preciso mexer nas peças”, disparou Soares.
Uma questão certa para o jogo da próxima sexta-feira, quando o Paraná recebe o América-RN. Afinal, Dedimar, titular absoluto da equipe, está suspenso pelo terceiro cartão amarelo. Talvez possibilidade para a estreia de Montoya, nova esperança do clube para ajeitar a sua cozinha.
“Mais do que tudo, temos que estar ligados noventa minutos. Só assim vamos mudar esse quadro para nos afastarmos o quanto antes dessa área de risco”, disse Sérgio Soares. Afinal, mesmo tendo comemoradoo empate em Campinas (e o bom futebol do segundo tempo), o Paraná segue apenas um ponto à frente da ZR.