No último final de semana, o Londrina foi destaque no futebol brasileiro. No primeiro amistoso pra valer da temporada, carimbou a faixa do campeão brasileiro Cruzeiro com uma vitória no estádio do Café – 1×0, gol de Celsinho. A partida marcou a estreia do camaronês Joel com a camisa celeste, e por isso o amistoso foi realizado, fazia parte do pacote que levou o atacante que estava no Coritiba para Minas Gerais. Mais um negócio com a marca de Sérgio Malucelli.

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O gestor do Tubarão mais uma vez colocou em prática a sua filosofia: fazer boas campanhas para poder revelar e vender atletas. O dinheiro é reinvestido em novas equipes, para ter boas campanhas, revelar outros atletas e colocá-los no mercado. Rotina que completa vinte anos.

Empresário do ramo de carros, em 1994 ele decidiu “dar uma força” para o Iraty, clube da cidade onde morava. “O Assis, que formava a dupla com o Washington, me apresentou ao Sérgio. Fiz de tudo lá por quase dez anos. De contratação até função de nutricionista”, brinca Paulinho Alves, que trabalhou no Azulão, sobre o que foi a realidade há duas décadas. “Ele era o dono do time. Conseguimos logo no primeiro ano conquistar o título da terceira divisão (estadual) e logo chegamos à primeira’, reforçou. “Ele foi conhecendo muita gente e sempre tem alguém que vê algum jogador em algum canto do Brasil e avisa até hoje. Assim foi encontrando talentos”, contou.

O mercado se agitou com a negociação de Arinélson para o Santos em 1997. A transferência escancarou a amizade entre Malucelli e o então técnico santista Vanderlei Luxemburgo. A proximidade começou quando o paranaense vendia carros importados ao treinador. Foram parceiros também em uma fábrica de isotônicos e em um bar temático de futebol – ambos fecharam. O treinador foi acusado de receber dinheiro ao indicar o atleta do amigo.

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“Nós éramos mesmo amigos. As famílias viajavam juntas. Falaram um monte de bobagens na época. Até que o Vanderlei vendia drogas para o exterior em bolas de futebol e eu era sócio nisso. Depois veio a CPI em cima dele. Não provaram nada”, assegurou o empresário, que foi acusado de sonegação de impostos e suspeito de envolvimento em pirâmides financeiras. O período sombrio acabou. A amizade não.

Objetivo é chegar até à elite brasileira

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A mudança decisiva aconteceu em 2010. Cansado de sustentar o Iraty sozinho, deixou o clube e a cidade e migrou para Londrina. “Aqui conseguimos mais apoio, construímos um dos melhores centros de treinamento do país”, disse, sem revelar o investimento. A qualidade dos serviços oferecidos e a praxe de pagar em dia o permitem ser rígido nas cobranças com os atletas. Em 2012, após um empate sofrível com o Roma, entrou no vestiário descascando os jogadores. Multou o elenco inteiro – até os reservas. “Já multei várias vezes. E acho que tenho de cobrar mesmo. Se ofereço condições, eles têm de fazer a parte deles. Senão é muito fácil”, afirmou. O contrário também acontece, com bichos turbinados quando o LEC vence os times da capital. “Ele é uma espécie de profissional difícil de encontrar hoje no futebol, infelizmente. Tudo que promete, cumpre. Honra a palavra. Não tem erro”, contou o capitão da última conquista, o zagueiro Dirceu.

“Sou suspeito para falar porque ele é meu amigo. Nos conhecemos na juventude. É um profissional muito correto, sempre cumpriu todos os acordos e trabalha muito porque acredita no futebol”, disse o ex-presidente do Coritiba, Vilson Ribeiro de Andrade. Fora do futebol, Vilson aposta no sonho de Malucelli em deixar o Londrina na Série B, ou até na Série A ao fim de dez anos de parceria da SM Sports com o Tubarão. “Vai chegar lá antes disso”. (ALM)