Seqüestros, deixam craques em alerta

Houve um tempo em que ser jogador de futebol livrava os famosos da violência urbana. Era comum ouvir jogadores de futebol contando que em um assalto, por exemplo, o fato de terem sido reconhecidos, livrou-os do revés. Hoje em dia, com as quantias vultosas recebidas pelos profissionais da bola, a história é bem diferente. Com salários acima da realidade do cidadão comum e patrimônios de dar inveja a grandes empresários, os jogadores vivem amedrontados.

Apesar da diferença salarial considerável – é publico e notório que jogadores que atuam no exterior e em São Paulo têm salários mais altos do que os paranaenses -, a turma que joga em Curitiba está assustada com o aumento dos casos de seqüestros de mães de atletas.

O capitão do Coritiba, Reginaldo Nascimento, confessa que a onda de seqüestros em São Paulo assusta. ?No futebol, coisa ruim também vira moda. Aconteceu isso com o racismo, que foi da Alemanha para a Espanha e já está na América do Sul. Essa onda tem que parar, senão se alastra pelo Brasil?, adverte.

Para Nascimento, o que acaba provocando o ato de violência é o próprio jogador, que tem o hábito de ostentar o quanto ganha. ?A maioria dos jogadores anda de carro importado, ostenta roupas e jóias caras. Acaba chamando a atenção, dando a ilusão de que é milionário. Só que nem sempre é assim. Tem jogador que joga em clube grande e não ganha o quanto as pessoas de fora imaginam, criando uma ilusão.?

Outro aspecto citado pelo jogador é o fato de as famílias dos atletas continuarem morando nos bairros de origem, geralmente mais humildes. ?Hoje a gente não consegue ver o coração das pessoas. Às vezes, os crimes partem de pessoas próximas à família, que se seduzem pela cobiça.?

Com a onda de seqüestros, o goleiro Diego, do Atlético, está tentando ao máximo manter a família no anonimato, mesmo que ainda torça para que a modalidade não chegue à capital paranaense. Ele não permite grandes aparições públicas dos filhos ou da esposa e a orientação é evitar a rotina. ?O complicado para o atleta é que os nossos horários são de domínio público. Então, fora do treino, o lance é não ter rotina, mudar os caminhos. É claro que toda essa onda de seqüestros assusta. Nesses casos, é melhor prevenir do que remediar?, diz o jogador, que só não fica mais assustado porque a mãe mora fora de Curitiba. ?Torço para que os casos do Luís Fabiano e do Rogério ganhem logo uma solução e torço também para que as autoridades sejam duras na prevenção e coibição dessas ações.?

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