É agora ou nunca. O Santos conseguiu a classificação, ontem, em pleno Morumbi, jogando um futebol de time campeão. Tem tudo para sair da fila no dia 15 de dezembro. Se atuar com a inteligência do confronto com o São Paulo, dificilmente será batido pelo Grêmio. E entrará na final com moral, que talvez só o Corinthians, inspirado, possa desbancar. A vitória por 2 a 1 sobre o São Paulo, de virada, mostrou que os garotos da Vila, além de habilidosos, estão ganhando maturidade.
O Brasileirão estaria muito bem servido se o clássico de ontem tivesse sido o jogo da final. Foram os times que mostraram um futebol diferente, inovador, buscando o gol sem descanso ao longo do torneio. Os dois, juntando-se ao às vezes burocrático, mas competente Corinthians, já se consagraram como os melhores do Brasileiro, independentemente de quem levante a taça.
Os são-paulinos saem de cabeça baixa. Normalmente, a última impressão é a que fica. E o time jogou de forma apática para quem precisaria vencer por pelo menos dois gols de diferença. Não repetiu o desempenho das partidas da fase de classificação, na qual “sobrou” e quase não teve adversário. Agora, não adianta chorar.
Em alguns momentos, o São Paulo parecia o Palmeiras diante do Vitória, no jogo que confirmou o rebaixamento do time de Palestra Itália: sem a vontade e a determinação necessárias para alcançar o objetivo. E a torcida sentiu isso. A maioria dos 70 mil torcedores presentes ao Morumbi perceberam isso das arquibancadas e gritaram “raça, raça, raça”.
O futebol do São Paulo não se “encaixou” com o do Santos. Na primeira fase, apesar da vitória tricolor, os santistas jogaram mais. No domingo, Robinho e Diego bailaram. E, nesta ontem, ocorreu o mesmo. Oswaldo de Oliveira, apesar de estudioso e esforçado, já conhecia, e bem, as jogadas do Santos, mas não foi capaz de armar um esquema eficiente para parar Robinho e Diego. O polêmico Leão saiu como grande vitorioso. Foi bem melhor que o colega.
Apesar de ter feito 1 a 0, com Luís Fabiano, logo no início do clássico, o São Paulo nunca deu mostra de que realmente iria alcançar a classificação. Os laterais, Rafael e Gustavo Nery, nada fizeram, além de levar dribles. No meio, Maldonado fez muita falta Júlio Santos é limitadíssimo. E a situação tornou-se praticamente irreversível quando o bravo Reinaldo machucou-se.
Os jovens craques Robinho e Diego fizeram a diferença na segunda etapa. Léo, depois de receber passe de Robinho, empatou. E Diego, quando o time já dava “olé”, pôs fim ao pouco o que restava do sonho são-paulino. E, em noite que nem o notável Kaká conseguiu jogar bem, o São Paulo não poderia mesmo se classificar. O projeto da Libertadores fica mesmo para 2003. Resta, enquanto isso, relembrar os 10 anos do título mundial, conquistado em 13 de dezembro de 92.