Sem Neymar, que cumprirá suspensão automática pela expulsão na última rodada, o Santos enfrenta o XV de Piracicaba neste domingo, a partir das 18h30, na Vila Belmiro, com a responsabilidade de ter de voltar a vencer depois de três tropeços seguidos no Paulistão. Como empatou com Linense (em Lins) e foi derrotado por Paulista (no Pacaembu) e Ponte Preta (em Campinas), o time santista perdeu a liderança do campeonato e passou a ficar pressionado.
Como o argentino Miralles ainda não se recuperou da lesão muscular na coxa esquerda, o técnico Muricy Ramalho formará o ataque com o garoto Giva, de apenas 20 anos de idade, que foi escolhido para fazer a função de Neymar, atuando pelos lados do campo. O outro atacante titular será André, formando uma dupla que funcionou bem nos treinos da semana. O treinador também deverá apostar pela entrada de Renê Júnior, deixando no banco o experiente Marcos Assunção, ainda fora de forma, conforme sinalizou neste sábado em entrevista no CT Rei Pelé.
“Pode ser que o Renê volte. Ele dá mais liberdade para o Arouca e Cícero. E ele está treinando muito bem. O Santos acertou em cheio com esse jogador. E no futuro, vai dar muitas alegrias ao torcedor”, ressaltou.
O quadro de momento do Santos está longe de ser satisfatório ou pelo menos aceitável. Com a conquista de apenas um ponto em três jogos, além de oito gols sofridos e quatro marcados, o time precisa reagir para não colocar em risco a classificação entre os quatro primeiros colocados para ter vantagem nas fases eliminatórias do Paulistão.
A soma de 14 pontos em 24 já disputados é baixa demais para quem tem o astro Neymar, uma das comissões técnicas mais caras do futebol brasileiro e investiu alto na contratação de reforços, principalmente com o meia argentino Montillo, que teria custado mais de R$ 20 milhões. Além disso, o Santos é único dos grandes paulistas que pode se concentrar inteiramente no campeonato estadual, porque não disputa a Libertadores deste ano.
A justificativa de Muricy para o fraco desempenho santista era, até duas rodadas atrás, a falta de tempo para preparar física e tecnicamente os jogadores recentemente contratados, especialmente Montillo e Marcos Assunção, mas as duas últimas semanas foram livres, sem jogos de quarta-feira, e o time piorou.
Na derrota contra o Paulista, a desculpa de Muricy foi a chuva que alagou o campo, ponderando que o Santos é mais técnico e teve o toque de bola prejudicado. A queda diante da Ponte teve outra explicação: a expulsão de Neymar, junto com o lateral Artur, do time de Campinas. “Ficamos sem o nosso jogador de velocidade no segundo tempo”, lamentou o treinador.
A direção santista não vê motivo para preocupação, mesmo com o surgimento dos primeiros focos de descontentamento com o trabalho de Muricy. Alega que a fase de classificação ainda não está nem na metade e que a tendência é o time começar a evoluir na medida em que melhorar o entrosamento dos novos titulares Montillo e Marcos Assunção, contratados para livrar o Santos da dependência de Neymar.
Com a saída Marcos Assunção, o time voltará a jogar com dois atacantes, no sistema 4-4-2. A função de abastecer os dois homens de frente ficará a cargo de Arouca, Cícero e Montillo, que dos três será o que atuará mais avançado para dar assistência a André e Giva e tentar marcar o seu primeiro gol com a camisa do novo clube. O jogo deste domingo será o oitavo dele com a camisa santista, ainda sem nenhuma atuação de
destaque. “Sou exigente demais com o meu futebol e tenho consciência de que estou devendo, mas estou me dedicando nos treinos para melhorar”, disse Montillo.