Pela primeira vez sem contar com uma grande estrela do circuito, o Rio Open tem seu início nesta segunda-feira, no Jockey Club Brasileiro, apostando no japonês Kei Nishikori e nos duplistas do Brasil, Bruno Soares e Marcelo Melo jogando com seus respectivos parceiros, para manter a atenção do mundo do tênis que se acostumou a ver o espanhol Rafael Nadal deslizando no saibro da competição de nível ATP 500 em suas três primeiras edições.

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Nadal se tornou o carro-chefe da competição ao estrelar e vencer a primeira edição do Rio Open, em 2014. Nos dois anos seguintes, foi eliminado nas semifinais. Desta vez, o dono de nove títulos de Roland Garros optou pelos torneios de quadra dura, como Roterdã. Mas acabou ficando de fora da competição na Holanda por desgaste físico após a épica final do Aberto da Austrália contra o suíço Roger Federer.

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Para compensar a ausência do espanhol, a organização se esforçou para trazer outros tenistas Top 10 e teve sucesso com Kei Nishikori e o austríaco Dominic Thiem. Atual número 5 do mundo, o japonês foi vice-campeão do US Open de 2014 e vem surpreendendo os grandes do tênis desde então. Com 23 anos, Thiem é uma das promessas do circuito profissional. Em 2016, faturou quatro títulos e subiu para o 7.º lugar do ranking – é o 8.º no momento.

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“Nós acreditamos na renovação”, afirmou o diretor do torneio, Luiz Fernando Carvalho, que diz ter negociado com todos os tenistas do Top 10 do ranking da ATP. O maior obstáculo para trazer atletas do primeiro escalão foi o piso do Rio Open. A maior parte dos tenistas mira as competições de superfície dura nesta época da temporada, visando os Masters 1000 de Indian Wells e Miami, nos Estados Unidos. Por isso a organização do Rio Open cogita mudar o local de competição para o Centro de Tênis do Parque Olímpico, de quadra dura.

Enquanto isso não acontece, os organizadores também apostam as suas fichas em atletas com bom histórico no saibro, caso do espanhol David Ferrer, campeão do Rio Open em 2015, e do uruguaio Pablo Cuevas, atual vencedor no Jockey Club Brasileiro. “Tenho boas recordações do torneio”, disse Ferrer, que busca no Rio a sua 700.ª vitória no circuito profissional.

Os brasileiros, sem maior brilho desde a criação do torneio, correm por fora na chave de simples. Thomaz Bellucci, atual número 1 do País e 75.º do mundo, só se destacou na primeira edição, quando foi até as quartas de final. Nas últimas duas temporadas caiu logo na estreia no Rio.

Dos outros brasileiros com vaga direta na chave principal, Rogério Dutra Silva competirá pela primeira vez na chave, João Souza, o Feijão, parou nas quartas em 2015. Thiago Monteiro, que chegou a ocupar o posto de número 1 do Brasil no início do mês, é a maior esperança por viver melhor momento na carreira. No ano passado, o tenista de 22 anos surpreendeu ao despachar logo na estreia o experiente francês Jo-Wilfried Tsonga.

A maior aposta da torcida da casa será mesmo nas duplas. Não por acaso. Bruno Soares e Marcelo Melo estão no Top 10 e conquistaram títulos de Grand Slam nos últimos dois anos. No Rio, jogarão com suas novas duplas pela primeira vez no Brasil. Soares atua ao lado do escocês Jamie Murray desde o ano passado, enquanto que Melo passou a jogar com o polonês Lukasz Kubot nesta temporada.

Ainda sem brilhar neste ano, Bruno Soares chegou com antecedência ao Rio para facilitar a adaptação ao saibro, depois de uma sequência de jogos em quadra dura. “Fizemos questão de chegar bem antes para treinar e adaptar, porque a última vez que jogamos no saibro foi em Paris e a gente leva um tempinho para adaptar”, afirmou o atual número 7 do mundo nas duplas.

Soares e Melo só terão a oportunidade de jogar diante do público na quadra central do Rio Open se chegarem à final. Antes disso, terão que se contentar com a quadra 1, o que é uma antiga reclamação dos duplistas em geral, que já pediram uma programação com jogos em parceria na maior quadra montada no Jockey Club.

Ao contrário dos anos anteriores, o Rio Open não contará com um torneio da WTA na sua programação geral. Os direitos da competição foram cedidos provisoriamente para Budapeste, na Hungria, por decisão da IMM, organizadora do Rio Open. Segundo a empresa, a chave masculina tem maior apelo, enquanto que a feminina sofria com a concorrência de torneios maiores.