Sem esses profissionais, a bola não rola

O numeroso staff da Seleção Brasileira, que está em Curitiba se preparando para a Copa do Mundo, envolve uma variada gama de profissionais por trás do técnico e dos jogadores. Eles são fundamentais para que o resultado em campo seja o melhor possível e tem à disposição a alta tecnologia. Através dos profissionais que hoje envolvem os times de futebol se consegue, por exemplo, medir o desgaste de um atleta a partir de uma simples gota de sangue e, com isso, preparar todo o seu treinamento. “Durante a Copa do Mundo vai ser possível perceber esses detalhes. Hoje se pode ter um diagnóstico completo do atleta, com tecnologia de ponta visando a alta performance. Velocidade, agilidade, potência e todas as demais características do jogador são avaliadas para se chegar a um ponto ótimo conjunto”, diz o fisiologista Raul Osiecki, que trabalha no Coritiba.

Todo esse cuidado não é exclusividade da Seleção. Em Curitiba, Atlético, Coritiba e Paraná Clube já contam com equipes completas para auxiliar seus elencos. Independentemente da atividade de cada um desses profissionais, uma coisa é consenso: todos afirmaram ficar mais no clube do que na própria casa. É o caso do responsável pela recuperação dos atletas no Paraná Clube, o massagista Elizaldo Júnior. “A satisfação maior é colocar um jogador em campo em um jogo no qual todo mundo pensa que ele não vai ter condições”, conta. Mesmo quando o atleta está exausto, depois do jogo, louco para ir embora, a tarefa de Júnior é observar quando ele está precisando de uma massagem e segurá-lo um pouco mais de tempo para fazer o trabalho.

Daniel Caron
Tânia Delezu e Margarete Albuquerque: as nutricionistas do Coritiba.

Um bom rendimento do atleta, é claro, depende de treinos e disciplina. Junto com isso, as nutricionistas Tânia Delezu e Margarete Albuquerque são encarregadas da alimentação balanceada dos atletas no Coritiba. “A boa alimentação não é responsável pelo primeiro lugar, mas faz a diferença entre o primeiro e o segundo lugares”, destaca Tânia. “Cada atleta tem um acompanhamento individual e conversamos com mães e esposas deles, que são quem prepara as refeições em casa”, completa a nutricionista.

Do campo ao ônibus

E tudo pode ser desculpa para um mau desempenho. Gramado então nem se fala. Corte, drenagem, replantio são trabalhos que não param, mas, quando tem dois jogos na semana, se destrói mais da grama do que se consegue produzir. “Eles erram o pênalti e dizem que a culpa é nossa. Mas alguém tem que ser o culpado quando algo dá errado”, conta resignado o responsável pela manutenção do gramado da Arena da Baixada, Lucélio Caramelo.

Para que a chuteira preferida de cada atleta não seja esquecida e para que o roupeiro não leve a culpa se faltar gols, Genival de Oliveira, o roupeiro do Paraná Clube há 11 anos, é atenção a todo momento.

Para o dia de jogo, tudo tem que estar funcionando. Desde a iluminação até manter em ordem as cadeiras para os torcedores. No Atlético, isso tudo é responsabilidade do Elias Gaudino dos Santos, que faz a manutenção. “A cada jogo tem de 10 a 30 cadeiras quebradas e que precisam ser repostas”, calcula. Portaria, vestiário, arquibancada, cada espaço é vistoriado criteriosamente. Mas nada se compara à situação do lugar depois de um jogo, com o lixo deixado pelos torcedores, aponta Zélia Freitas, responsável pela limpeza no Atlético. “Apesar disso, dia de jogo é uma satisfação”, fala.

,Anderson Tozato
Motorista Carlinhos, do Paraná: se time perde, ônibus fica em silêncio.

Nas derrotas, um dos cuidados do segurança Anderson Daniel Lopes dos Nascimento, do Paraná, é com a fúria da torcida, principalmente em fim de jogo, que é o momento de maior apreensão. Depois do jogo, um dos companheiros do time é o motorista Carlinhos – no Paraná desde 1989 -, e que acompanha de perto a reação dos jogadores no pré e no pós-jogo. “O ruim é quando o time perde, todo mundo volta triste, de cabeça baixa”.

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