O Irã bem que tentou, mostrou-se valente nas partidas contra Nigéria e Argentina e complicou para ambas, mas confirmou-se como uma das seleções mais fracas da Copa do Mundo nesta quarta-feira. Mesmo diante de uma Bósnia-Herzegovina desanimada e desinteressada, que entrou em campo já eliminada, os asiáticos mal levaram perigo e foram dominados. Melhor para os bósnios, que aproveitaram as poucas chances que tiveram para vencer por 3 a 1, na Arena Fonte Nova, em Salvador, e voltarão para casa podendo celebrar ao menos seu primeiro triunfo na história dos Mundiais.
Além disso, a Bósnia deixou a lanterna do Grupo F nas mãos do Irã – três pontos contra um -, mas a classificação à próxima fase ficou com Argentina e Nigéria. Nesta quarta, os bósnios nem forçaram muito, até porque já não tinham grandes pretensões, mas fizeram o suficiente para vencer. Os iranianos até tentaram algo diferente em busca de uma improvável classificação, foram para cima no segundo tempo, mas aí deixaram exposta toda a fragilidade técnica de uma seleção que se destacou somente pelo empenho nesta Copa.
A partida desta quarta ainda encerrou a sequência de grandes confrontos na Arena Fonte Nova, que havia recebido alguns dos melhores jogos do Mundial (Espanha 1 x 5 Holanda, Alemanha 4 x 0 Portugal e Suíça 2 x 5 França), mas ao menos manteve a alta média de gols em Salvador: são 21 em quatro partidas. Talvez se soubessem que o duelo manteria a chuva de gols na capital baiana, mais torcedores tivessem ido ao estádio. Foram apenas 48.011, na pior marca da arena nesta Copa.
O JOGO – Mesmo sem chances de classificação, a Bósnia começou com tudo, mostrando a esperada potência de seus atacantes, que tanto decepcionaram nos dois primeiros jogos. Logo aos três minutos, Dzeko recebeu dentro da área, girou bem sobre a marcação e bateu forte. Haghighi desviou com a ponta dos dedos para escanteio.
Nos primeiros 15 minutos, o domínio bósnio era tamanho que os iranianos não conseguiam passar do meio de campo. O time europeu tinha 73% da posse de bola e ocupava o campo ofensivo. Mas chance mesmo, só a do início com Dzeko. Por mais que não conseguissem atacar, o Irã não levava um grande sufoco.
Até que aos 22 minutos Dzeko finalmente fez o que se esperava dele durante todo o Mundial. Se a marcação iraniana não dava espaço, o atacante do Manchester City o criou. Ele recebeu na intermediária, ao invés do passe lateral óbvio, resolveu carregar um pouco e encher o pé de esquerda. A bola ainda tocou na trave antes de entrar.
O gol gerou uma reação imediata do Irã, que quase marcou aos 23 minutos. Shojaei recebeu na área, ganhou na dividida e bateu para o gol. A bola desviou e tocou o travessão. Os asiáticos sabiam que a retranca utilizada durante toda a Copa não os levaria a lugar nenhum e partiram para cima em busca de uma improvável virada.
Só que a ausência de criatividade e a pouca qualidade técnica do Irã ficavam evidentes a cada ida ao ataque. Do outro lado, a Bósnia também deixava claro todo seu desinteresse. O jogo ficou ainda mais morno. Mas mesmo sem forçar, os bósnios assustaram na única vez em que foram ao ataque após o gol. Dzeko deu enfiada perfeita para Vrsajevic dentro da área, mas o lateral jogou longe.
O segundo tempo começou exatamente igual. O Irã tentava ir para cima, mas não conseguia criar. A Bósnia não fazia esforço algum, mas ainda assim era mais perigosa. Na primeira estocada ofensiva, os europeus marcaram. Hosseini saiu jogando mal e entregou no pé de Dzeko. A bola ficou com Sunjic, que rolou para Pjanic, em posição duvidosa, marcar aos 13 minutos.
O gol de Pjanic acabou de vez com qualquer esperança do Irã, que, talvez tentando evitar uma goleada, voltou a atuar no seu estilo, bem fechado na defesa. A posse de bola voltou a ser toda da Bósnia, que também já não queria mais jogo.
Mas o Irã merecia marcar pelo menos um gol neste Mundial, ap,ós tanto esforço, e ele saiu em lance ocasional, após uma confusão na área. Nekounam cruzou e Ghoochannejhad tocou para a rede aos 36 minutos. Só que antes que os iranianos pudessem se animar, a Bósnia mostrou sua superioridade. Um minuto depois, a equipe puxou contra-ataque rápido, Vrsajevic recebeu e bateu cruzado para selar o placar.
FICHA TÉCNICA
BÓSNIA-HERZEGOVINA 3 x 1 IRÃ
BÓSNIA-HERZEGOVINA – Begovic; Vrsajevic, Sunjic, Spahic e Kolasinac; Pjanic, Besic, Susic (Salihovic) e Hadzic (Vranjes); Dzeko (Visca) e Ibisevic. Técnico: Safet Susic.
IRÃ – Alireza Haghighi; Hosseini, Montazeri, Sadeghi e Pooladi; Timotian, Nekounam, Haji Safi (Bakhsh), Shojaei (Heydari) e Dejagah (Ansarifard); Ghoochannejhad. Técnico: Carlos Queiroz.
GOLS – Dzeko, aos 22 minutos do primeiro tempo; Pjanic, aos 13, Ghoochannejhad, aos 36, e Vrsajevic, aos 37 minutos do segundo tempo.
CARTÕES AMARELOS – Besic (Bósnia-Herzegovina); Ansarifard (Irã).
ÁRBITRO – Velasco Carballo (Fifa/Espanha).
RENDA – Não disponível.
PÚBLICO – 48.011 torcedores.
LOCAL – Arena Fonte Nova, em Salvador (BA).