E o ferrolho armado por Givanildo de Oliveira deu certo e o treinador se garante no emprego no Atlético. Com três zagueiros e dois volantes, o Rubro-Negro conseguiu superar o Santa Cruz em Recife por 2 a 1 e respira aliviado no Brasileirão. Está certo que o Furacão já se mostrava satisfeito com o empate e contou com a ajuda do goleiro Gilmar, mas a vitória acabou premiando a melhor categoria e quem levou mais perigo à meta do adversário.
O próximo compromisso na competição será o Goiás, sábado, na Baixada.
Depois da tristeza pela derrota para o Internacional, os ares e ventos de Pernambuco fizeram bem ao comandante atleticano, que chegou a pensar em se demitir do clube. Ao entrar no Arruda, Givanildo foi aplaudido pelos torcedores da Cobra Coral e abriu um sorriso que estava difícil de se ver em Curitiba. O mesmo valeu para o goleiro Cléber. Assim como Giva, os dois são ídolos por lá depois que levaram o Santa de volta à Primeira Divisão. Mas, parece que o time de Recife ainda não saiu da Segundona.
Com poucos reforços, a equipe agora tenta a sorte com Valdir Espinosa após ter demitido Giba.
Se Givanildo já pressentia que Série A é diferente e pulou fora do barco, pegou o abacaxi deixado por Lothar Matthäus para descascar. Se enrolou tanto que a torcida pediu sua saída, mas parece que começa a encontrar as soluções que a equipe exige. A primeira delas foi a cautela e os três zagueiros reforçados pelos dois volantes garantiram mais segurança à zaga. Tanto que os atacantes do Santa tiveram dificuldades para se aproximar, mesmo quando tinham mais domínio de bola.
Com a defesa bem armada, o ataque começou a funcionar. Moreno iniciou a jogada, Jancarlos serviu Pedro Oldoni, que estava livre e fez de cabeça, 1 a 0 para o Atlético. Os espaços eram dados e o time não aumentou porque a pontaria falhou. Parecia um jogo fácil, mas coube ao meia Ferreira dar a chance para o empate. Depois de ficar no chão ao ser fintado por Xavier, Carlinhos Bala aproveitou a bola na área para fuzilar e empatar. A defesa estava perfeita fazendo a linha de impedimento, mas Ferreira deu condição, sentado na linha de fundo.
O empate animou os pernambucanos, que passaram a pressionar mais.
Até reclamaram de pênaltis enquanto o Rubro-Negro se contentava com o resultado. Até Cléber ganhou cartão por fazer cera.
Mas, Givanildo resolveu arriscar e sua estrela brilhou.
O treinador saiu do 3-5-2 retrancado para um 4-4-2 mais criativo e se deu bem. Após cobrança de falta, Gilmar rebateu mau a bola e Evandro (que havia entrado no segundo tempo) cabeceou certeiro no canto para conquistar a segunda vitória na competição.
Giva pede que, agora, o deixem trabalhar
Que alívio! Nunca o técnico Givanildo de Oliveira conseguiu respirar tão bem quanto ontem em Recife, cidade onde cresceu, se projetou para o futebol e que fica ao lado de sua Olinda natal. Mais do que comentar a vitória sobre o Santa Cruz por 2 a 1, o treinador mostrou mais tranqüilidade depois de viver uma semana conturbada pela turbulência dos maus resultados do Atlético no Brasileirão e sob o risco da guilhotina. Agora, ele só pede tempo para poder trabalhar e dar um basta aos vexames seguidos na Baixada.
?Você fica fora do estadual, que não participei, onde ficavam quatro e não ficou o Atlético e aí é complicado. Aí você vai para a Copa do Brasil e deixa de classificar dentro de casa. No Brasileiro, começa e não ganha dentro de casa. Isso complica?, relembra. Por isso, ele pede um tempo para poder finalmente mostrar um trabalho. ?Não estou querendo o tempo todo do mundo, não. Quero que me deixem trabalhar?, desabafou. Segundo ele, agora ele só sai do clube se o presidente do conselho deliberativo, Mário Celso Petraglia, demiti-lo.
Já sobre o jogo, Giva não soube explicar por que o time vem se portando melhor fora de casa. ?É meio complicado, não tem explicação para um lance desse. São os mesmos jogadores, mas fizemos um bom jogo contra o Botafogo e troquei apenas um jogador e não fomos bem contra o Internacional, bem para ganhar o jogo?, arriscou.
Por isso, o treiandor já avisou os jogadores para acabar com essa sina de não ganhar em casa desde o dia 8 de fevereiro. ?Vamos dar um basta nisso. Temos que ganhar em casa contra o Goiás para consolidar e mostrar que o time está adquirindo uma regularidade. Só ganhando o jogo é que nós vamos mostrar isso?, destacou. Para tanto, ele terá a volta do zagueiro Paulo André, que cumpriu suspensão automática na partida de ontem.
CAMPEONATO BRASILEIRO
5.ª Rodada
Local: Arruda, Recife (PE).
Árbitro: Carlos Eugênio Simon (Fifa/RS).
Assistentes: Aristeu Leonardo Tavares (Fifa/RJ) e Ednílson Corona (Fifa/SP).
Gol: Pedro Oldoni aos 8 minutos, e Carlinhos Bala, 41? do 1.º tempo; Evandro, 37? do 2.º tempo.
Cartão amarelo: João Leonardo, Alex Oliveira, Erandir, Cléber. Jancarlos, Fernando Miguel.
Renda e público: não divulgados.
Santa Cruz 1 x 2 Atlético
Santa Cruz
Gilmar; Osmar, Carlinhos Paulista, Valença e Xavier; Fernando Miguel, Alex Oliveira, Zada e Rosembrik (Tiano); Carlinhos Bala e Val Baiano (Thiago). Técnico: Valdir Espinosa.
Atlético
Cléber; João Leonardo (Evandro), Alex e Danilo; Jancarlos, Alan Bahia, Erandir, Ferreira e Moreno; Dagoberto (Válber) e Pedro Oldoni (Herrera). Técnico: Givanildo de Oliveira.