Seleção treina descontraída às vésperas de jogo com Argentina

Cantoria, passos de samba e muita vontade de brincar. O treinamento da seleção olímpica brasileira de futebol é sempre a famosa alegria barulhenta, com muitos fotógrafos e repórteres a beira do campo, todos ali para captar um comentário de Ronaldinho que por sua vez permanece calado.

Nesta terça-feira (19) haverá o clássico Brasil e Argentina, e com a disputa entre o craque do Milan e o argentino Messi o futebol se torna por uma vez a superestrela dos Jogos.

Dunga também permanece calado, pois esta é a véspera de uma disputa que os brasileiros sentem sempre de modo particular, e talvez todas essa alegria sirva também para exorcizar aquilo que Diego define como “um fantasma que nos persegue”.

Argentina e Brasil é a partida infinita, um pouco como para o velho continente Itália e França, mas dessa vez está na disputa alguma coisa que para o país pentacampeão do mundo se tornou importante, a possibilidade de chegar à final das Olimpíadas e jogar por aquele ouro olímpico jamais conquistado.

Essa medalha, vencida quatro anos atrás justamente pelos “hermanos”, tornou-se quase uma obsessão, mas aqui os garotos da Brasil gritam e riem como se aquele desta terça fosse um amistoso qualquer, talvez seja o efeito da atmosfera olímpica e de uma seleção entusiasmada em viver na Vila Olímpica.

Também o jogador do Milan Pato sorri, mesmo sabendo que irá começar o jogo do banco, mas aquele que brinca mais é Ronaldinho. Tem uma brincadeira para cada um de seus companheiros, mas quando é o momento de trabalhar fica sério, para demonstrar que está voltando a ser um verdadeiro campeão, e não aquele do último ano no Barcelona.

Na terça no Estádio dos Trabalhadores de Pequim será uma semifinal a ser vencida também para imitar a seleção feminina, que venceu hoje a Alemanha por 4-1 e agora irá disputar o ouro na quinta-feira.

O problema é que entre o Brasil e a final há a Argentina, e aqui o discurso volta a Ronaldinho. Segundo o meia Lucas Pezzini, “entre nós e a Argentina haverá sempre uma forte rivalidade, esta não é uma partida como as outras, e Ronaldinho é o homem que pode fazer a diferença. Sabia que aqui nas Olimpíadas esse jogo chegaria, por isso nos meses anteriores sempre evitei falar com o meu companheiro do Liverpool, Mascherano. Entre nós teria surgido muita discussão”.

Pezzini indica na técnica dos adversários o obstáculo mais difícil de se vencer: “com pessoas como Riquelme, Aguero e Messi não se pode nunca estar tranqüilo, por isso o Brasil não poderá pensar apenas na ofensiva. Marquei Riquelme na final da Libertadores e sei o quanto se sofre”.

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