Seleção tenta superar o trauma das quartas de final

Falhas individuais e uma queda acentuada da qualidade técnica de seus jogadores podem estar relacionadas ao fracasso da seleção nas últimas duas Copas do Mundo. Em 2006 e 2010, o Brasil voltou para casa mais cedo: parou nas quartas de final. Nesta sexta-feira, contra a Colômbia, a equipe tenta avançar um pouco mais no Mundial, para não ficar marcada por três eliminações consecutivas numa fase que não condiz com a história da seleção em Copas.

“O primeiro obstáculo era o Chile nas oitavas. Agora, temos de dar outro passo e acabar com esse trauma de parar nas quartas de final”, declarou o coordenador técnico Carlos Alberto Parreira. Ele dirigia a seleção em 2006, na Alemanha, e se decepcionou com a derrota para a França por 1 a 0 (gol de Henry), num Mundial em que o Brasil manteve os principais nomes do time campeão em 2002 e era apontado como um dos favoritos ao título.

O gol francês surgiu num erro de marcação da zaga brasileira, no instante em que o lateral Roberto Carlos estava agachado na entrada da área, ajeitando seu meião. Depois da saída precoce do Brasil nas quartas de final da Copa da Alemanha, a geração campeã de 2002 começou a se despedir da seleção.

Com Dunga, em 2010, não houve mudança de rumo. A equipe brasileira começou bem o Mundial da África do Sul, parecia embalada e pronta para chegar às fases finais. Ninguém previa, porém, que o goleiro Julio Cesar e o volante Felipe Melo comprometessem o time após um primeiro tempo de domínio total do Brasil, que vencia por 1 a 0, gol de Robinho. Julio Cesar deu um gol de presente para os holandeses e Felipe Melo, numa prova de descontrole emocional, cometeu falta desleal, foi expulso e deixou a seleção em apuros. No final, a Holanda venceu por 2 a 1.

Bem antes, em 1986, quando dispunha de um time de qualidade indiscutível, o Brasil também saiu nas quartas de final, na Copa do México, em outro confronto com a França, no qual perdeu na disputa de pênaltis. Zico desperdiçou uma cobrança no tempo normal e, depois, Sócrates e o zagueiro Júlio Cesar fizeram o mesmo na série que definiu a classificação da equipe europeia.

Nos últimos dias, o técnico Luiz Felipe Scolari e Parreira conversaram com o grupo sobre a necessidade de “pensar jogo a jogo”. Não abordaram o “trauma das quartas de final”.

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