Seleção sub-23 não terá Rochemback na estréia

O técnico da seleção brasileira sub-23, Ricardo Gomes, terá mais um problema na disputa do Torneio Pré-Olímpico, no Chile. O meia Fábio Rochemback, do Sporting, não participará da estréia do Brasil contra a Venezuela, no dia 7 de janeiro. O jogador está treinando com os demais companheiros, na Granja Comary, em Teresópolis, mas será liberado para enfrentar o Benfica, no dia 4, pelo campeonato português.

“Ainda não sei quando vou voltar. Quando souber a data, marco o vôo e embarco para o Chile”, disse Rochemback, na manhã deste sábado. Gomes, por sua vez, já aceitou o fato de não poder contar com o jogador na estréia. ?Eu pensava que iria chegar aqui com a equipe definida, mas os constantes desfalques me fizeram jogar fora um ano de trabalho.?

Segundo o treinador, a decisão de liberar Rochemback foi tomada para evitar a perda de mais um atleta. Quatro jogadores não foram liberados por seus clubes: o meia Kaká (Milan), o zagueiro Luisão (Benfica), o volante Júlio Baptista (Sevilla) e o atacante Nenê (Mallorca).

?Tentamos contornar este problema, mas não posso ser radical. Preferi adotar esta postura para poder contar com ele na segunda partida?, afirmou Ricardo Gomes, referindo-se ao jogo com o Paraguai, no dia 9.

Outro problema para Gomes pode ser o desfalque do meia Wendell nos treinamentos, em Teresópolis. A avó do jogador, Dona Efigênia, faleceu em Belo Horizonte, Minas Gerais, e a notícia deixou o atleta muito abalado. A comissão técnica da seleção liberou Wendell caso ele decida viajar para a capital mineira.

Mas nem tudo foi tristeza durante o treino de ontem. A dupla do Santos, Robinho e Diego, passou a manhã brincando, tentando descontrair o ambiente da Granja Comary. Durante os tradicionais exames médicos, Diego brincou com o aparente medo de agulhas do companheiro. ?Em campo ele não pipoca, mas na hora da agulha até chorou?, afirmou, rindo logo em seguida.

Todos admitem: a pressão será grande

O técnico da seleção principal Carlos Alberto Parreira foi o primeiro a fazer o alerta: depois do pentacampeonato em 2002 no Japão e das recentes conquistas mundiais das seleções sub-17 e sub-20, recairia sobre a equipe brasileira sub-23 uma cobrança bem maior no Torneio Pré-Olímpico em janeiro. O assunto já é comentado abertamente pelos jogadores convocados por Ricardo Gomes para tentar uma vaga nos Jogos de Atenas.

?A pressão aumentará, com certeza. Todo mundo vai ficar na expectativa de ver esse grupo sub-23 fechar com chave de ouro esse ciclo. Estamos cientes da responsabilidade, motivados e preparados para dar o melhor na competição?, disse o meia Diego, do Santos. Ricardo Gomes admite ser impossível negar essa associação. Mas afirma que a experiência de Diego, Robinho e outros atletas vai prevalecer, reduzindo a importância do tema.

O goleiro Gomes, campeão brasileiro pelo Cruzeiro, sabe que o time está na obrigação de trazer o título do pré-olímpico ou, na pior das hipóteses, o segundo lugar, o que também garantiria a classificação. E que essa atribuição é anterior às últimas conquistas. ?Sempre que se trata de seleção brasileira, tem que se pensar em títulos. É preciso encarar isso com naturalidade. O Brasil é o melhor do mundo no futebol e temos que apenas fazer o nosso trabalho. Independentemente se somos ou não os favoritos.?

Outro jogador do Cruzeiro, o lateral Maicon, também acredita que a cobrança será inevitável. ?Se a gente começar bem o torneio, vai haver uma contagem regressiva para o título. Se houver tropeço, vão lembrar da conquista dos meninos. Não tem para onde correr.? Rodolfo, zagueiro do Fluminense, ressalta que a busca de uma medalha olímpica inédita reforça esse interesse pelo desempenho da sub-23 no torneio do Chile. ?O Brasil tem de conseguir a vaga sem se preocupar com o resultado obtido pelas outras seleções.? O lateral-esquerdo Maxwell, do Ajax, acha que a vitória das seleções sub-17 e sub-20 tem de servir como estímulo para a sub-23. Ele defende a exploração do feito pelo lado positivo, de mostrar que o futebol brasileiro é o melhor do mundo. E que isso impulsione a seleção pré-olímpica e aumente o temor dos adversários.

?Todas as categorias já fizeram seu nome. Falta a nossa. Vamos ter sucesso, estou certo disso.?

Para o meia-atacante Daniel Carvalho, do Internacional, os jogadores da sub-23 não podem se preocupar com a pressão por mais uma conquista. Isso, em sua avaliação, é algo que estará a cargo da imprensa. ?Vamos em busca de uma das duas vagas e é só isso que importa, sem comparações.? Outro atleta do Santos, o meia Elano, é mais objetivo na análise do suposto problema. ?A seleção sub-23 só tem gente acostumada a desafios. Não tem essa de medo de pressão, de cobrança.?

A seleção treina em Teresópolis até terça-feira. No dia 2, viaja para o Chile, onde estréia no pré-olímpico dia 7, enfrentando a Venezuela.

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