Ronaldo foi bem marcado e não conseguiu deixar sua marca. continua após a publicidade |
Campo bonito, gramado perfeito, casa cheia, craques em campo. Na teoria, tudo prenunciava uma festa do futebol, mas Irlanda e Brasil fizeram uma fraca partida ontem, em Dublin. O jogo terminou em 0x0, e serviu apenas para que o técnico Carlos Alberto Parreira percebesse que ainda há muito o que fazer, principalmente pensando nas eliminatórias – a próxima partida é contra o Paraguai, líder da competição até o momento, no mês que vem.
Como era de se esperar, a seleção mostrou desentrosamento e até certo desinteresse pelo jogo. Empolgados (e melhores fisicamente), os irlandeses assumiram o controle tático da partida, abusando das jogadas laterais. A estratégia era manter a posse de bola, se necessário “virando o jogo” para encontrar o momento certo para o cruzamento à área. Dessa forma, os jogadores mais acionados eram os laterais Carr e O?Shea (este, titular do Manchester United).
Do lado brasileiro, apenas as individualidades se destacavam – do jeito que Parreira prenunciara às vésperas da partida. Ronaldo, muito marcado, parecia se poupar para as importantes partidas do Real Madrid nos próximos dias. Kaká e Ronaldinho, com a obrigação de voltar para ajudar na composição do meio-de-campo, perdiam a disputa com os defensores irlandeses. Para completar, exagerava-se nos “chuveirinhos”, justamente a jogada típica dos donos da casa.
As únicas jogadas de perigo do primeiro tempo aconteceram na reta final. Aos 41 minutos, Ronaldo recebeu livre pela primeira vez e progrediu sem marcação, mas chutou para fora. No lance seguinte, talvez por terem achado “legal” a liberdade que os irlandeses deram ao “Fenômeno”, os zagueiros da seleção deixaram Carr chegar na cara do gol – Dida, bem posicionado, salvou o Brasil.
Na segunda etapa, Júlio Baptista foi a novidade, no lugar de Kléberson – ainda no início do jogo, Gilberto Silva saiu lesionado, dando lugar a Edmílson. Mas os donos da casa tiveram ótima oportunidade com Robbie Keane, que cabeceou para fora aos 9 minutos. A seleção mantinha o ritmo lento, errando muitos passes e permitindo que a Irlanda mantivesse o controle da partida.
O Brasil só começou a jogar a partir dos 28 minutos. Em tabela dos ex-são-paulinos Júlio Baptista e Kaká, o jogador do Sevilla passou para Ronaldo, que chutou em cima de Given. Na sobra, Ronaldinho acertou a trave irlandesa. Logo depois, o goleiro do Newcastle aparou outro arremate de Ronaldo. Só que foi um suspiro de pouco mais de dez minutos – o jogo terminou como começou: modorrento, chato e em um justíssimo 0x0.
AMISTOSO
Súmula
Local: Lansdowne Road (Dublin, Irlanda).
Árbitro: Anders Frisk (SUE).
Assistentes: Kenneth Petersson (SUE) e Peter Ekstrom (SUE).
Cartões amarelos: Kavanagh (IRL); Cafu, Roque Júnior (BRA).
IRLANDA
0X0
BRASIL
Irlanda
Given; Carr, Cunningham, O?Brian e O?Shea; Holland, Kavanagh, Reid (McAteer) e Kilbane; Morrison e Robbie Keane. Técnico: Brian Kerr.
Brasil
Dida; Cafu, Lúcio, Roque Júnior e Roberto Carlos; Gilberto Silva (Edmílson), Kléberson (Júlio Baptista), Zé Roberto e Ronaldinho; Kaká e Ronaldo. Técnico: Carlos Alberto Parreira.