Seleção joga hoje com uma nova formação de ataque

Dublin, Irlanda – Ronaldo, Roberto Carlos, Ronaldinho e Kaká estão em campo – como todos gostam. O jogo é na Europa, contra um adversário de respeito – como todos sempre pediram.

Mas, apesar de tudo isso, o confronto entre Brasil e Irlanda, hoje, às 16h30 (horário de Brasília), em Dublin, não “comove? o público brasileiro, que parece ter percebido que certos amistosos são, na verdade, veículos de divulgação dos patrocinadores da seleção – por sinal, hoje o Brasil estréia nova (e contestada) camisa.

Ao contrário de partidas com menor atração, e que estiveram mais presentes na mídia, o amistoso de hoje pouco ocupa os espaços da grande imprensa, nitidamente mais preocupada com o Fla-Flu de sábado, com a crise do Corinthians e, é claro, com o Carnaval que se avizinha. Isso pode até se tornar um trunfo para Carlos Alberto Parreira, que vê neste jogo a última chance de reunir seu grupo antes do retorno às Eliminatórias da Copa 2006, no mês que vem.

O treinador passou – ao lado de Zagallo – os últimos dias na Europa, e diz ter visto um futebol estanque no Velho Continente. “Os times só jogam no 4-4-2, com posições bem definidas. É um trabalho bem “quadradão”, comenta Parreira, que esteve assistindo partidas na Itália, na Espanha, na Inglaterra e na França. “É importante ver esses times jogando ao vivo. A capacidade de avaliação é melhorada”, justifica o “passeio”.

Para Parreira, o detalhe fundamental do futebol segue sendo o jogador. “Com formações táticas tão rígidas, o que define é o jogador. Só dos atletas sai alguma coisa que muda o panorama de uma partida”, explica o técnico da seleção, feliz com o fato de o Brasil ter diversas individuallidades. “A nossa diferença é grande. Nós temos que manter nossa estrutura forte, para que os jogadores tenham liberdade de mostrar futebol”, completa, meio que “entregando o ouro” sobre a forma de jogar.

Isto é: a seleção permanecerá com um 4-4-2 “quadradão”, do mesmo jeito que os europeus. Também mantém-se o estilo do meio-de-campo, com Gilberto Silva mais preso, e Kléberson e Zé Roberto marcando e apoiando pelos lados, além de dar respaldo às subidas de Cafu e Roberto Carlos. Estes terão que seguir jogando com parcimônia, sem os arroubos ofensivos dos seus clubes – afinal, há apenas Roque Júnior e Lúcio na defesa.

O ataque terá Ronaldinho e Kaká se revezando à frente, sendo os municiadores de Ronaldo. A idéia é manter o estilo usado nas últimas partidas do ano passado, quando Rivaldo ocupava o lugar do meia do Barcelona. “Qualquer opção que eu tome tem que pensar, necessariamente, na qualidade do nosso atleta. Dessa forma, a seleção pode mostrar o verdadeiro futebol brasileiro”, resume Carlos Alberto Parreira.

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