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Seleção feminina bate Argentina, é campeã no handebol e ganha vaga em Tóquio-2020

A seleção feminina de handebol confirmou o favoritismo nesta terça-feira, ganhou da Argentina por 30 a 21 e conquistou o seu sexto título consecutivo nos Jogos Pan-Americanos. Em Lima, no Peru, além de manter a hegemonia continental, o Brasil carimbou o seu passaporte para os Jogos Olímpicos de Tóquio, em 2020, no Japão, aos gritos de “é campeão” da torcida que lotou o ginásio.

O duelo até que começou bastante equilibrado, com a Argentina acertando no ataque e o Brasil desperdiçando algumas chances. Mas as brasileiras acabaram mantendo a calma e no final do período, com dois gols de Larissa, foi para o vestiário com um empate por 12 a 12. Na etapa final, a seleção tomou logo a frente, passou a errar menos e com grande atuação de Deonise e da goleira Renata carimbou o seu passaporte para o Japão.

A armadora Deonise Fachinello conquistou a sua quarta medalha de ouro no Pan seguida. Ela foi campeã em 2007, 2011 e 2015 e agora espera ampliar a sua coleção com um ouro olímpico. “Atleta é movido a isso. É um estímulo na nossa vida. Nunca estamos satisfeitas e sempre queremos mais”, comentou.

Ela foi campeã mundial com a seleção em 2013, na Sérvia, e lembra que falta uma conquista nos Jogos. “Esse é o maior sonho. Conquistamos a vaga agora e não vamos para a Olimpíada simplesmente para participar, até porque sabemos que temos condições de dar esse passo maior”, explicou a jogadora.

Aos 36 anos, Deonise se mantém competitiva em alto nível à base de muito sacrifício. “A privação nos leva a esse nível e estar muito tempo na seleção. É muita dedicação. É preciso abrir mão de muita coisa quando você quer ser um atleta de alto nível. Você praticamente abre mão de sua vida pessoal, pois não pode comer, não pode tomar um drink no final de semana, sempre tem jogo, nas férias está com a seleção. É uma vida muito regrada, precisa dormir e se alimentar bem”, contou.

Deonise, por exemplo, ainda não realizou o sonho de ser mãe. Vai esperar mais um pouco e continuar se cuidando em busca desse ouro olímpico. Mas ter alcançado quatro títulos no Pan, agora em Lima, a deixa bastante satisfeita. “É prazeroso estar há muitos anos na seleção. É um privilégio, pois atletas costumam ter lesões e felizmente sou bem sortuda de poder estar em muitos ciclos”, disse.

Ela acredita ser possível que a nova geração tenha conquistas relevantes como ela teve na seleção e tenta ajudar nessa transição. “Tento passar essa experiência para as mais novas para deixar um legado e um caminho aberto para elas. Eu acho que é possível ter novas conquistas, mas precisa abrir mão de muitas coisas e as meninas mais novas precisam ser conscientes disso já nessa idade”.

A jogadora elogia suas companheiras e vê um grande potencial para a seleção feminina se as atletas mantiverem o foco e a seriedade. “Em 2013 conquistamos o Mundial e agora também temos uma geração forte. São meninas novas que são muito boas individualmente, taticamente e coletivamente, e com certeza o handebol tem futuro com essa geração”, afirmou.

No grupo campeão, as mais experientes são ela, Duda Amorim, Ana Paula e a goleira Babi. No Pan em Lima, elas conseguiram, junto com as jovens, manter o Brasil vencedor. “Às vezes a gente pega no pé, mas somos tranquilas. É na quadra que elas precisam focar no que a gente precisa fazer. Fora a gente brinca e elas são conscientes do que precisam fazer para chegar onde chegamos e tentar conquistar os títulos”.

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