São Paulo – Um sorteio realizado ontem, em Atenas, definiu os adversários do Brasil nos torneios de vôlei masculino e feminino dos Jogos Olímpicos, em agosto. E a Itália, grande força do esporte, está no caminho das duas seleções brasileiras.
A seleção masculina, atual campeã mundial e grande favorita ao ouro, levou a pior. O time do técnico Bernardinho ficou no complicado grupo B e terá pela frente a Itália (campeã 8 vezes da Liga Mundial), a Rússia (que derrotou o Brasil na final da Liga em 2002), o tradicional e sempre forte Estados Unidos, a Holanda (vice-campeã olímpica em 92) e a Austrália.
No grupo A do torneio masculino dos Jogos estão as seleções de Argentina, Grécia, França, Polônia, Tunísia e Sérvia e Montenegro.
Nalbert
Ao saber dos adversários que a seleção masculina enfrentará na primeira fase de Atenas, o atacante Nalbert, capitão do time, ficou rindo sozinho por alguns segundos. Não conseguia acreditar na chave “perfeita” em que a equipe caiu.
“Nosso grupo é bem mais forte”, disse Nalbert, não deixando escapar um riso alto. “Isso é muito bom, era tudo o que eu queria. É a melhor coisa começar as Olimpíadas em um grupo assim. Primeiro porque vamos jogar em alto nível durante toda a primeira fase; segundo, porque o cruzamento na segunda fase será, teoricamente, com um adversário mais fraco”, comemorou.
Nos Jogos Olímpicos, os quatro primeiros colocados de cada grupo classificam-se para as oitavas-de-final, em que o cruzamento é olímpico (primeiro contra o quarto, segundo contra o terceiro, assim em diante).
“O jogo mais importante, na minha opinião, é o confronto das quartas-de-final, mas para chegar até ela, é preciso fazer uma ótima campanha, brigar para ficar em primeiro do grupo para pegar o quarto do grupo A”, analisa o jogador, que está se recuperando de uma cirurgia no ombro esquerdo.
Segundo o jogador, as coisas estão caminhando melhor do que ele previa. Há quase três meses, durante uma partida do campeonato italiano, o atacante lesionou o tendão supra-espinhoso do ombro esquerdo. Existiu até a possibilidade de ficar fora dos Jogos de Atenas, já que a recuperação prevista era, em média, de seis meses.
“Além de ter gostado do grupo, tudo está dando certo para mim. A recuperação está muito na frente do que os médicos previam. Só preciso esperar a liberação para começar um trabalho de fortalecimento dos músculos”, conta. “Mas eu estou fazendo quase tudo normalmente: faço fisioterapia, já treino com bola, estou atacando e dando manchetes. A única coisa que não posso fazer ainda é levantar peso e causar impacto fortes no ombro esquerdo.”
Sobre o primeiro jogo nas Olimpíadas, dia 15 de agosto, contra a Austrália, Nalbert diz: “Pô, é um bom começo porque é um jogo de ansiedade e muita adrenalina. Vai ser bom para ganhar ritmo para os jogos mais difíceis”.
Zé Roberto teme adversário das quartas
O técnico da seleção brasileira feminina de vôlei José Roberto Guimarães sabe que o caminho até a final dos Jogos Olímpicos de Atenas não será fácil. Apesar de considerar o grupo no qual o time está na primeira fase menos complicado em comparação ao B, o treinador acredita que a maior dificuldade do time será a partir das quartas-de-final.
“Nosso grupo não é o mais forte. A chave B é mais complicada do que a nossa. O perigo será o cruzamento nas quartas-de-final, quando enfrentaremos uma equipe bastante forte. E, nas quartas, qualquer time que enfrentarmos será um adversário perigoso”, avaliou Zé Roberto.
O Brasil está no grupo da Grécia, Coréia, Japão, Itália e Quênia. Fazem parte do grupo B China, República Dominicana, Cuba, Alemanha, Rússia e Estados Unidos.
Para o treinador, cair em uma chave teoricamente mais fácil na fase classificatória tem aspectos positivos e negativos.
A seleção continua treinando em Barueri para o Grand Prix, a ser realizado entre os dias 7 de julho e 1.º de agosto, na Ásia (fase classificatória) e na Itália (finais). O técnico Zé Roberto conta com 14 jogadoras: levantadoras: Fernanda Venturini e Fofão; opostos: Leila, Elisângela e Bia; pontas: Virna, Érika, Mari e Sassá; meios-de-rede: Valeskinha, Walewska, Fabiana e Carol; e a líbero: Arlene.