O técnico Bernardinho definiu a estratégia que será usada na seleção brasileira masculina adulta de vôlei para as finais da Liga Mundial, de 23 a 27 de agosto, em Moscou.
São Paulo (Ag. Placar) -Para amenizar os efeitos do fuso horário em alguns jogadores, ele dividirá o grupo antes da etapa de Fortaleza, onde o time enfrentará a seleção portuguesa no sábado, às 9h, e no domingo, às 10h. O Brasil luta pelo hexacampeonato da competição.
Na estratégia montada pelo treinador, quase todos os jogadores inscritos na Liga Mundial serão envolvidos. Apenas Leandrão, com fratura por estresse no pé direito, já é certo que fica de fora dos planos de Bernardinho.
Na etapa de Fortaleza, os campeões mundiais e olímpicos Gustavo, Anderson e Escadinha encabeçarão o time formado também por Marcelinho, Murilo, Samuel, Bruno, Sidão, Lucas, Evandro e Ezinho (este último ainda é dúvida, pois recupera-se de um problema na panturrilha). Os jogadores chegarão na capital cearense hoje à noite.
O outro grupo seguirá para Latina, na Itália, para um curto mas precioso período de aclimatação. Lá, treinarão com parte da comissão técnica. ?O Tabach e o Rubinho (Ricardo Tabach e Roberley Leonaldo, assistentes técnicos), o Zé Inácio (supervisor e preparador físico), Fiapo (Guilherme Tenius, fisioterapeuta) e o Ney (Pecegueiro do Amaral, médico) vão para a Itália com o André Heller, André Nascimento, Rodrigão, Ricardinho, Giba e Dante?, avisa Bernardinho.
Segundo o treinador, esta é a melhor alternativa para que a seleção chegue na reta final da liga com a melhor condição possível. ?Não é justo Rússia e Itália estarem jogando no próximo final de semana em Moscou, onde serão disputadas as finais. Fisiologicamente falando, é um absurdo sair daqui domingo à noite e imaginar que na quarta-feira o time vai estar em condições de enfrentar as melhores equipes do mundo em cinco jogos seguidos. Essas são as condições que temos nesse momento e precisamos resolver?, explica.
Os atletas que atuarem em Fortaleza, no entanto, precisarão percorrer o trajeto. ?Ao mesmo tempo, precisamos honrar o compromisso assumido nessa última etapa. Vamos para Fortaleza com uma seleção de respeito, que conta com Gustavo, Escada, Anderson, Marcelinho, além de Samuel e Murilo que vêm jogando efetivamente. Além disso, os mais novos (Sidão, Lucas, Bruno e Evandro) terão a chance de atuar e ganhar experiência?, diz o técnico.
O caminho desta turma será complicado. Eles jogam sábado e domingo, e na noite de domingo seguem para Lisboa. De Portugal vão à França – e o último vôo sai de Paris para Moscou, chegando na noite de segunda. ?É certo que sofrerão com isso. Só teremos a terça-feira para treinar no ginásio e na quarta já estaremos jogando na competição?, finaliza Bernardinho.
Samuel aproveita a chance para ganhar espaço
Rio – O ponta Samuel, de 22 anos, enfrenta uma luta diária para se firmar como um dos quatro ponteiros-passadores da seleção brasileira. No domingo, na vitória por 3 sets a 1 sobre a Finlândia, em Brasília, ele aproveitou a oportunidade: entrou no terceiro set, ficou até o fim da partida e teve a atuação elogiada. É mais uma vitória que o anima para as partidas contra Portugal, sábado e domingo, em Fortaleza.
Os ponteiros da seleção são os primeiros a reconhecer o talento do companheiro de posição. ?Tenho conversado com o Samuel e dito que ele tem um potencial incrível. Quando se conscientizar disso, será o melhor do mundo?, diz Dante, que chegou à seleção brasileira aos 17 anos e sabe bem o que é passar de ?jovem com potencial? a um grande jogador.
Giba segue no mesmo tom de Dante. ?No dia em que o Samuel souber do potencial que tem, eu penduro a joelheira. É um menino que prova a cada dia que merece estar aqui?, afirma.
Uma destas provas foi no jogo de domingo, no qual Samuel fez nove pontos – oito deles de ataque. ?Fiquei feliz de ter entrado bem. Foi importante eu ter marcado o último ponto do jogo, até porque o ponto que deu a vitória à Finlândia no terceiro set veio de um erro meu?, conta Samuel.
O técnico Bernardinho não poupa elogios ao jogador. ?Samuel foi muito bem no ataque. No bloqueio continua ?voando? um pouco. Mas é natural. Ele joga há pouco tempo na função de ponteiro-passador. Tem de viver situações desse tipo, com casa cheia, pressão e obrigação constante de ganhar?, diz.