A seleção brasileira masculina de handebol que irá disputar o Mundial da Tunísia entre os dias 23 de janeiro e 6 de fevereiro encerrou ontem o período de treinamentos no Brasil, e embarcou à noite para Paris. Na programação, dois torneios internacionais: um na França e outro na Dinamarca. Em Paris, os brasileiros enfrentarão a seleção da casa, Grécia, Sérvia e Montenegro, Suécia e Dinamarca.
Os jogos serão realizados entre os dias 7 e 9, mas o grupo nacional permanece no país até o dia 12 em treinamento. Na seqüência, a equipe viaja para Copenhagen, onde participa de um quadrangular com a anfitriã, Suécia e República Checa. Estes jogos serão disputados entre os dias 13 e 15. Depois disso, os brasileiros permanecem treinando até dia 22, quando viajam rumo ao mundial.
O Brasil está na chave D, com Alemanha, Egito, Noruega, Catar e Sérvia e Montenegro. O grupo faz sua estréia no dia 23, contra a Noruega. Com o plantel quase todo renovado e uma base formada por atletas vindos da categoria júnior, o técnico Washington Nunes pretende fazer deste mundial um laboratório. "Apesar do pouco tempo que a seleção permanecerá concentrada antes do campeonato, iremos contar com estes torneios na França e na Dinamarca durante a preparação. Acredito que esta seja uma preparação adequada, não ainda a ideal."
O técnico pretende que o Brasil melhore o desempenho do último mundial, em Portugal (2003), quando terminou em 22.º lugar. "Sabemos que é um grupo novo e que eles ainda não estão entrosados, mas em todo campeonato temos um objetivo e o nosso é ficar entre os 12 primeiros. Este é um passo inicial para conseguirmos o título inédito do Pan-Americano específico da modalidade, em 2006, e o bi do Pan, em 2007 o qual é classificatório para as Olimpíadas de Pequim, em 2008."
Sobre a chave, Nunes considera difícil alcançar bons resultados, mas mesmo assim, acredita que vitórias sobre Qatar e Egito são possíveis. "Além disso, vencendo mais uma equipe, nos garante na próxima fase. Só nos resta saber se os outros países também irão fazer este processo de renovação com suas equipes como estamos fazendo com a nossa, caso contrário, iremos enfrentar times muito experientes", analisou Nunes.
Japa é uma das estrelas da nova geração
O armador Japa, considerado uma das promessas da equipe, conta que todos estão com muita expectativa. "O mundial será bom para nos dar mais maturidade e experiência. Estes jogos que iremos disputar na Europa também serão muito importantes para o nosso entrosamento antes do campeonato. Acredito que esta renovação seja positiva porque todos os que foram convocados estão dando uma resposta boa", disse o jogador, que já havia sido chamado no ano passado, mas foi cortado antes das Olimpíadas. "Estou vendo muita diferença. A equipe está com mais vontade de treinar. O time ainda não tem uma cara, por causa da falta de entrosamento, mas, depois de disputar os amistosos, acredito que ele vai começar a ter características próprias", concluiu.
Mesmo os mais experientes, como o jogador Adalberto, acreditam no potencial do grupo e apóiam a decisão de se formar uma nova equipe. "É muito importante essa renovação, para que possamos atingir nosso objetivo a longo prazo, que é garantir a vaga olímpica para 2008", afirmou o armador, que estava na equipe de Atenas e fará a próxima temporada no Gaeta Sport Club, da Itália. "Todos os atletas que compõem o grupo atual já participaram de campeonatos mundiais pela categoria júnior e são titulares em seus clubes. A gente acaba extraindo coisas e jogadas dos mais novos, o que vira uma troca de favores: um serve de espelho para o outro, e isso é muito legal."