Dortmund – "Eu continuo acreditando que vamos chegar à semifinal". "Vejo vocês nas quartas-de-final". As duas frases, ditas ontem à tarde, ilustram com perfeição a confiança, praticamente certeza, que Gana tem de que eliminará o pentacampeão Brasil nas oitavas-de-final da Copa do Mundo.

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Os autores foram, respectivamente, o técnico Ratomir Dujkovic e Ransford Abbey, um assessor de imprensa que se comporta como dirigente de alto escalão.

Discursos à parte, os dois, assim como os jogadores de Gana, acreditam que farão história esta tarde em Dortmund. Os ganenses encaram a partida com ares épicos. Colocaram na cabeça que jogarão pelo País e pela África e que uma vitória sobre o Brasil em plena Copa do Mundo significará um divisor de águas para o continente que vai sediar, em 2010, o próximo Mundial – será na África do Sul. "Esse é um jogo que todos nós queremos jogar. Uma oportunidade única e pretendemos aproveitá-la", disse ainda no sábado o meio-campista Appiah.

A África de fato de uniu em torno de Gana. Nos últimos dias, atletas e ex-atletas africanos – como o ex-atacante George Weah, o camaronês Samuel Eto’o e dois dos melhores jogadores da história de Gana, Abedi Pelé e Yeboah -, telefonaram ou estiveram na concentração da seleção para dar apoio. Vários lideres de governo do continente também se manifestaram.

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Mas o que farão os "estrelas negras", como Ratomir se refere quase sempre aos seus jogadores, para vencer o Brasil? Gana é um time bem armado, que ataca e defende com vários jogadores, utiliza muito as laterais do campo, tem atletas habilidosos e muita velocidade. E taticamente tem se mostrado uma equipe disciplinada, algo raro em times africanos.

Ratomir, claro, considera o Brasil um grande time, "com grandes jogadores e ótima comissão técnica". Reconhece que não dá para comparar as duas seleções – "ainda que nos considerem os brasileiros da África" -, mas acredita que dá para vencer. "Nós respeitamos o Brasil, mas também nos respeitamos".

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Aos jogadores, ele fez um pedido especial. "Disse a eles que não devem temer a camisa do Brasil, nem olhar para os jogadores brasileiros como seus ídolos. Devem, sim tentar pará-los. Desta maneira, podemos vencer".