No início da madrugada desta quarta-feira, a chuva caía com força em Santa Cruz Cabrália, sul da Bahia, mas nem isso impediu dezenas de moradores da cidade de fazer plantão nas proximidades da balsa que faz a travessia até a vila de Santo André, onde fica o Campo Bahia, local da concentração da seleção alemã na Copa do Mundo.

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Quando chegou ao lugar o ônibus com a equipe, a euforia foi geral. Os moradores de Cabrália receberam até com fogos de artifício o time que horas antes havia arrasado a seleção brasileira na semifinal do Mundial.

A animação dos moradores tem uma explicação: os alemães têm sido tão simpáticos desde que chegaram à Bahia, há pouco mais de um mês, que conquistaram a admiração do povo de Cabrália. Já são famosos os episódios em que jogadores da seleção tricampeã do mundo interagiram com habitantes do local, com turistas e até com índios de uma aldeia próxima.

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Engana-se, no entanto, quem pensa que a Alemanha veio ao Brasil apenas para fazer relações públicas e se divertir em uma vila com paisagens encantadoras. Os alemães chegaram à decisão da Copa do Mundo à base de muito trabalho, e não apenas porque possuem jogadores talentosos ou porque foram ajudados pela sorte.

O time alemão fez apenas um treino aberto ao público e à imprensa desde a chegada ao Brasil, e foi logo no segundo dia dos trabalhos. Depois disso, apenas treinos fechados ou liberados para os jornalistas só durante os primeiros 15 minutos, quando nada de relevante acontece.

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Joachim Löw, técnico da equipe, segue a tradição europeia de fazer treinamentos fechados e, assim, obtém a privacidade necessária para testar as variações táticas que a Alemanha tem exibido na Copa.

Privacidade também foi um dos motivos para a escolha do Campo Bahia como sede da Alemanha no Brasil.

Apenas os integrantes da delegação e pessoas autorizadas por eles podem entrar no local, dando aos jogadores uma condição privilegiada: quando querem ter contato com os brasileiros, vão à praia ou a outro lugar da vila. Quando querem se concentrar no trabalho, ficam “dentro da toca”, longe dos olhos do público.