O medo de uma punição fez o Atlético recuar e iniciar ontem mesmo as vendas dos ingressos para o clássico contra o Paraná Clube. O clube pretendia colocar as entradas à disposição dos torcedores apenas hoje, alegando que a medida ajudaria a evitar possíveis falsificações nos bilhetes, mas iria ferir o Estatuto do Torcedor, que obriga as bilheterias abrirem com 72 horas de antecedência à partida, que está prevista para as 16 horas de domingo.
Assim, todos os postos de venda já estão com os ingressos para o jogo da 36.ª rodada do campeonato brasileiro.
“Olhe bem, o Atlético iria vender amanhã (hoje) para proteger o torcedor, mas você chega pela manhã e vê ameaças da lei de defesa do consumidor, então, nós fomos obrigados a iniciar as vendas”, explicou Alberto Maculan, diretor de futebol do rubro-negro. De acordo com ele, a idéia era encurtar o tempo de ação de cambistas e falsificadores para evitar transtornos na hora do jogo. “Como poderia haver uma enxurrada de ações contra o Atlético e porque vimos uma fila enorme se formando nas bilheterias, acabamos mudando de idéia e iniciando as vendas”, continuou.
O problema das falsificações foi detectado na partida contra o Flamengo, quando ingressos adquiridos por cambistas, mas não vendidos para a partida original, foi usado para enganar torcedores atleticanos. Os falsificadores alteravam o nome do adversário e a data da partida no bilhete e vendiam nas ruas. O torcedor que caía no golpe parava nas catracas da Arena, que não aceitavam o ingresso devido ao código magnético ser outro.
Para evitar prejuízos ao torcedor com as falsificações e com os cambistas, o dirigente pede a ação da polícia. “Isso é um problema no Brasil todo e cabe à polícia, cabe ao Procon, tentar coibir, porque o cambista está explorando o consumidor”, apontou.
Hoje, o clube retoma às 10 horas as vendas nas bilheterias da Arena; nas lojas RD Pratas e Semijóias e Prajá Comes e Bebes e nos quiosques do clube nos shoppings Curitiba e Total. A reta superior custa R$ 60,00; a reta inferior, R$ 30,00; as curvas, R$ 25,00 e os demais setores, R$ 20,00. Estudantes, crianças até 12 anos e idosos têm 50% de desconto com o devido documento.
Sem quaisquer dicas do time
Mistério. Se nos outros jogos o técnico Levir Culpi já fazia de tudo para impedir que a imprensa descubrisse as táticas usadas para o Atlético ir tão bem no Campeonato Brasileiro, contra o Paraná Clube é que ele vai fazer de tudo para despistar os repórteres e o adversário. Com o treinador do Tricolor, Paulo Campos, também escondendo o jogo, ontem foi dia dos jogadores e do comandante rubro-negro driblarem, de todo o jeito, as perguntas sobre a equipe, que entra em campo às 16h de domingo.
“Vocês querem fazer (entrevistas) hoje? Não tem nada, é a mesma coisa de ontem”, brincou Levir, bem-humorado após o trabalho de ontem no CT do Caju. Bom de papo, ele falou sobre o seu restaurante, entrevistas sobre comida mineira e fotografias dos tempos de jogador. Quando o assunto foi a equipe para o clássico, o disco foi o mesmo de sempre. “Eu sempre deixei claro, desde que cheguei aqui, que não gosto de falar da formação da equipe”, ponderou.
Para se ter uma idéia da dificuldade da reportagem, quando a imprensa foi liberada para entrar nas dependências do clube, alguns jogadores já tinham até ido embora. Os que ficaram, seguiram a linha do “professor”. “Não sei de nada, quem sabe é o Levir”, desconversou o ala/meia Fernandinho. Após ser o principal jogador da seleção sub-20, ele voltou com status de estrela, mas deverá mesmo atuar de ala. A única dúvida fica para a zaga. Ígor e Bruno Lança disputam o lugar de Marcão, suspenso.