Em meio aos diversos casos de racismo, violência e escândalos de manipulação de resultados das últimas temporadas, o futebol italiano tomou uma atitude para tentar incentivar o fair play no país: testará a distribuição de cartões verdes como forma de recompensa por bom comportamento na segunda divisão nacional.
Os cartões não serão mostrados durante as partidas, porque isso alteraria as regras do jogo determinadas pela Fifa. Ao invés disso, os árbitros e assistentes decidirão quem será premiado após os jogos. Pode ser algum jogador, que esteja em campo ou no banco, e até um treinador.
“Será decisão do árbitro, mas acontecerá só em caso de atos extraordinários, não os comuns”, explicou o presidente da liga que organiza a segunda divisão italiana, Andrea Abodi, em entrevista à agência Associated Press. “Precisamos dar bons exemplos, porque claramente estamos sentindo falta deles ultimamente.”
Uma forma de ganhar o cartão, como explicou Abodi, seria admitir um toque de mão na bola, ou abrir mão de uma falta ou escanteio após uma marcação errada do árbitro. Ao fim da temporada, jogadores ou técnicos que tiverem acumulado o maior número de cartões serão recompensados. “É um prêmio simbólico. Deve ser algo bastante simples. O importante é reconhecer quando um profissional faz algo exemplar.”
A segunda divisão italiana começa no sábado, após um atraso de semanas por conta de uma investigação de manipulação de resultados. A implementação do cartão verde, no entanto, acontecerá somente no mês que vem. Ainda não está certo se a iniciativa será adotada também pela elite do futebol nacional. “Estamos felizes de ser um laboratório para a primeira divisão”, limitou-se a dizer Abodi.