Na corda bamba

Segunda derrota de peso na Copa deve derrubar Felipão

A derrota por 3 a 0 para a Holanda, sofrida no último sábado, na decisão do terceiro lugar da Copa do Mundo, pode ter complicado de vez a situação de Luiz Felipe Scolari. O treinador viu suas chances de permanecer à frente da seleção brasileira reduzidas. O presidente da CBF, José Maria Marin, estava pensando em mantê-lo, pelo menos até o fim do ano. Mas deve mudar de opinião por causa de mais uma fraca atuação do time e também pelas vaias que Felipão recebeu em Brasília.

Depois do jogo, o treinador colocou o cargo à disposição dos dirigentes da CBF, “como estava combinado”. Não quis dizer nada sobre seu futuro e deixou a decisão para Marin. “Quem decide é o presidente. Estou entregando o cargo porque era o combinado e é o que vamos fazer. Classificando ou não, era o combinado. Ganhando ou perdendo. Vou entregar o relatório e o presidente tem qualidade para analisar o que deve fazer.” Marin, que já considera a situação “insustentável”, anuncia até sexta-feira sua decisão.

Felipão não se fez de rogado, após mais uma derrota, sendo que a anterior havia sido o humilhante 7 a 1 amargado diante da Alemanha nas semifinais. Disse que o time fez boa partida, criticou outra vez a arbitragem e defendeu novamente o trabalho feito. Quase ao fim da entrevista, ganhou um abraço de Neymar, que entrou na sala especialmente para isso, numa demonstração de apoio ao treinador.

Neymar, aliás, ficou no banco e em algumas ocasiões “virou” treinador e deu orientações aos companheiros que estavam no campo. Outros reservas, como Marcelo, também atuaram como auxiliares de Felipão.

Scolari admitiu que a seleção foi mal nas últimas duas partidas, mas defendeu seu grupo de jogadores e, claro, seu trabalho. “No final da competição não fomos bem, mas conseguimos uma classificação e não podemos deixar de elogiar os jogadores, embora tenhamos perdido o jogo. Era para ser um jogo equilibrado, mas tomamos o gol no primeiro minuto e depois as coisas foram mais benéficas para eles. Os jogadores merecem ser valorizados”, pediu.

Ainda que de maneira bem menos veemente do que em ocasiões anteriores, Felipão deixou de usar a arbitragem como desculpa para mais um fracasso da seleção brasileira. Não reclamou da penalidade marcada pelo juiz Djamel Haimoudi logo no início do jogo – a falta de Thiago Silva foi fora da área -, mas insinuou que a seleção foi novamente prejudicada. “Parece, não sei dizer com certeza, que no lance do segundo gol teve impedimento. Quando é a favor do Brasil, não sei o que acontece, as pessoas não enxergam. Não sei se teve erro de arbitragem, mas o pênalti no Fred (contra a Croácia) reflete até hoje.”

Felipão disse que não se sente ultrapassado ou que precise rever seus conceitos. “Não tem nada a ver com treinadores e dirigentes (o fracasso do Brasil). Há um ano ganhamos a Copa das Confederações e eu não precisei fazer reciclagem”, disse.

Mas, ainda que sem desejar, acabou admitindo que a safra de jogadores brasileiros não é tão boa assim. “Nossa equipe tem dificuldade a mais em relação a jogadores, que estamos revelando menos, temos uma situação de equipe muito nova.”

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