Atleticanos do Mundo

Seguidores do Furacão em 2013 pensam em voltar a Marbella

A que distância resiste uma paixão? Para um torcedor de futebol apaixonado, nenhuma. A pré-temporada do Atlético na cidade de Marbella, na província de Málaga, na Espanha, afasta o time do grande assédio da torcida e da imprensa. Enquanto outros clubes brasileiros optam por amistosos com estádios lotados, o Furacão escolhe mais uma vez o exílio espanhol para tentar focar apenas no rendimento e no desenvolvimento da equipe.

A distância de 8.320 km de Curitiba, porém, não será suficiente para evitar que alguns atleticanos prestigiem e contribuam para deixar o ambiente um pouquinho mais caloroso. As circunstâncias da vida ajudaram, é verdade, e ao invés de percorrer o longo caminho que separam a América do Sul da Europa, um grupo de pelo menos dez atleticanos terá só 10% do caminho pela frente.

O engenheiro civil Guilherme Buest, 38 anos, vive no Porto, em Portugal, desde 2008. A paixão pelo Atlético aumentou com a distância, ao contrário do que se poderia imaginar. “Aí a violência me afastava dos estádios. Daqui o interesse e a torcida é muito maior”, disse. Os 850 km que separam as duas cidades, no entanto, serão meros detalhes no reencontro com o time do coração.

Fundador da embaixada do clube em Portugal, ele garante o mesmo apoio que seu grupo ofereceu em 2013, ano da primeira passagem do Atlético pela cidade espanhola. “No jogo final (contra o Dínamo Bucareste) tinha uns 40 torcedores uniformizados do adversário. Não chegávamos a dez atleticanos. Quando começamos a berrar e cantar, tenho certeza que fizemos a diferença. Os outros ficaram quietos, os jogadores sentiram e valeu o título”, acrescentou. Os jogadores do Atlético retribuíram o apoio emprestando o troféu para fotos com os “fanáticos”.

Foi um programa de família. Maridos, esposas, filhos e amigos, todos vestidos de Rubro-Negro, tietando sem parar. “Foi experiência fantástica conviver com os jogadores, comissão técnica e diretores. Coisa que aí em Curitiba é difícil”, afirmou o empresário Sérgio Antônio Filipaki. Fomos ao campo, ao estádio, ao hotel. Não teve a segurança como tem ai. Foi mais livre, eles foram receptivos”, acrescentou, certamente gerando uma baita ciumeira dos atleticanos curitibanos que têm acesso bastante limitado os jogadores.

A primeira viagem do Atlético à Espanha durou 11 dias. Dessa vez serão 27, com dois torneios e três amistosos. Embora animados, os torcedores lamentam a falta de condições de ficar mais tempo e assistir mais jogos. A turma parte do Porto dia 6, assiste ao jogo contra o Lokomotiv Moscou no dia 7, e retorna em seguida. “Se aqui fosse como no Brasil, com feriados mais longos como no carnaval, seria bem melhor e ficaríamos mais dias”, disse Buest.

Quem estiver pela região e quiser companhia, basta procurar os torcedores no Facebook e participar da excursão. “Tem bastante gente procurando. Já convertemos alguns torcedores por aqui, fizemos uma faixa da embaixada e camisetas padronizadas”, explicou Filipaki.

O processo de internacionalização do clube, se ainda não obteve os números esperados, pelo menos serviu para aproximar alguns atleticanos do clube. Segundo Filipaki, da primeira vez ninguém conhecia o Atlético na sua região. “Hoje todo mundo sabe que o clube existe e procura mais informações”. Para Buest, o clube tem que pensar grande para conseguir crescer e ajudar a fortalecer o futebol do Paraná.

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