Não foi desta vez que o Paraná Clube viu dinheiro entrar em seus cofres para saldar dívidas. No leilão realizado ontem, o Tricolor não recebeu nenhuma proposta para a venda da subsede do Tarumã. O valor inicial era de R$ 45,5 milhões e agora cairá pela metade (R$ 22,750 milhões) para um próximo leilão, que acontecerá dia 4 de abril.
Entretanto, a falta de ofertas não significa que não há interessados. Segundo o advogado do Paraná, Juliano Tetto, havia vários empresários no leilão, mas eles não ofertaram nenhum valor para tentar arrematar por um preço melhor daqui a duas semanas. “Isso depende muito. Encontramos aqui diversos interessados, mas que não ofertaram lances por preferir esperar o segundo leilão, onde os lances começam menores. A torcida sempre é para que seja arrematado no primeiro leilão. Mas entendemos que o interesse de quem quer comprar seja pagar o menor valor, porém é possível que o valor supere até os R$ 45,5 milhões”, disse ele, que também representou a Federação Paranaense de Futebol no leilão do Pinheirão, ano passado.
Leiloeiro responsável pela venda da subsede, Plínio Barroso de Castro também afirmou que existem vários interessados, inclusive de Portugal e de São Paulo, e explicou que é normal no primeiro leilão ninguém se manifestar em tentar comprar o produto. “Leilão geralmente é assim mesmo. No primeiro, todos ficam na defensiva, querendo comprar mais barato. Serve mais para se medir a temperatura, a pressão. Mas hoje (ontem) mesmo recebi a ligação do exterior, de um grupo de Portugal interessado, além de grupos daqui e de São Paulo. Existem mais de 20 grupos interessados”, declarou.
Com o dinheiro em mãos, o Paraná poderá quitar suas dívidas. A prioridade é pagar, inicialmente, os processos que originiram a penhora do Tarumã. Na sequência, o objetivo é acabar com dívidas trabalhistas e salários atrasados. “Necessariamente, precisam ser pagos os processos que geraram as penhoras. O próprio juiz já vai reter este valor, que é de R$ 1,08 milhão, mas diversas outras execuções fiscais já realizaram penhora para reter o valor deles, que já somam mais de R$ 6 milhões”, explicou Tetto.
Além disso, com a venda da subsede, o Tricolor pode voltar a negociar o patrocínio com a Caixa Econômica Federal. O banco exige que, para estampar sua marca na camisa, o clube tenha em mãos todas as certidões negativas. “Uma coisa depende da outra. Com certeza, com a arrematação do lance inicial, já se conseguiria certidões negativas e aí dependeria de uma negociação com a Caixa”, completou o advogado paranista.