Com a construção do Itaquerão e a reforma do Palestra Itália, o Estádio do Pacaembu deve passar a receber uma quantidade muito pequena de jogos de futebol nos próximos anos. No entanto, nem mesmo a ameaça do estádio, que faz parte de um complexo que possui piscina, quadra de tênis, ginásio coberto, virar um “elefante branco” assusta os administradores.
Secretário de esportes da cidade de São Paulo, Celso Jatene revelou que possui a ideia de realizar um chamamento público e encontrar um parceiro para reformar o estádio, construído em 1940, e transformá-lo em uma arena moderna. “É um chamamento que é bem claro, dividido em duas partes, a primeira é a apresentação do projeto e a comprovação de que existe a real probabilidade de executar o projeto apresentado e a segunda parte é a finalização do projeto propriamente dito.”
Mesmo fazendo questão de dizer que o projeto, feito entre a Secretaria de Esportes a empresa da prefeitura SP Negócios, é algo que ainda vem sendo discutido internamente, Jatene enfatiza que a decisão final sobre a ideia deve ser resolvida por Fernando Haddad. “Estabelecemos um critério de qualidade para a modernização do estádio muito bom, baseado em um padrão Fifa Conmebol, porém, hoje o Pacaembu fica como está. Quem vai dar a palavra final é o prefeito.”
Em abril deste ano, a reportagem relatou que para manter o estádio, a secretaria gasta aproximadamente R$ 5 milhões por ano com o complexo, também formado que também possui piscina, quadra de tênis, ginásio poliesportivo, além de 120 funcionários. Porém, os custos mais altos estão relacionados ao gramado do local, que gira em torno de R$ 60 a 80 mil por mês. Apesar dos altos custos, o secretário afirma que mesmo com a futura escassez de jogos, a conta vai fechar tranquilamente.
“O que era quase insuportável para o Pacaembu era realizar 76 jogos por ano como foi em 2013. Se fizer 20 jogos, ele sobrevive tranquilamente, mas ele também sobrevive se não fizer nenhum. O custo fixo do Pacaembu está inserido no orçamento da Secretaria de Esportes. É lógico que seja a ser triste o estádio passar muito tempo sem receber jogos de futebol profissional, mas com aquela quantidade absurda de jogos que nenhum estádio no mundo tem, ele tinha muito mais uma possibilidade de despesa do que de receita”, explicou Jatene.
Conselheiro vitalício do Santos, Jatene, que na quarta-feira esteve no lançamento oficial da candidatura à presidência de Fernando Silva, negou que caso seu candidato seja eleito, tentará levar mais jogos da equipe ao Pacaembu. “Eu não serei diretor do Santos até pela minha função pública, mesmo que eu não estivesse na secretaria, teria o mandato de vereador para exercer. Não tenho nenhum poder de decisão e nem quero ter sobre quando e onde o Santos vai jogar. Isso é uma decisão que vai ser da diretoria do clube e eu não interfiro nisso. Conheço bem o meu lado, sou apaixonado pelo Santos, mas eu tenho que cuidar da gestão, do esporte no município de São Paulo e entre essas questões, está o Pacaembu”, disse o secretário, que afirmou a prefeitura não pretende fazer parceria com nenhum clube para dividir os custos do estádio.