É só dar uma olhada nas últimas corridas do ano passado. Sebastian Vetttel venceu no Japão, no Brasil e em Abu Dhabi. E estava em primeiro, tranquilo, quando seu motor quebrou na Coreia do Sul. Ontem, abriu a temporada 2011 do mesmo jeito que fechou a de 2010: ganhando. Quatro vitórias nas últimas cinco provas da Fórmula 1. E com dois regulamentos diferentes. Alguém será capaz de segurar o jovem alemão da Red Bull?
Difícil de acreditar. O domínio que Vettel impôs à concorrência no fim de semana de Melbourne foi assustador. Fez a pole-position, na madrugada de sábado, com quase 1s de vantagem para o segundo colocado, Lewis Hamilton, da McLaren. Ontem, partiu feito um foguete, abriu mais de 3s em relação ao inglês em três voltas e só administrou a vantagem.
Ao contrário do que se esperava, muitos times conseguiram fazer a corrida com apenas duas paradas nos boxes. Os novos pneus Pirelli aguentaram bem o tranco. Vettel estava entre os que precisaram de dois pit stops. Parou na 14.ª e na 36.ª volta. A McLaren também não teve grandes problemas.
Já a Ferrari voltou a apresentar velhos problemas. Tanto Alonso quanto Massa foram obrigados a trocar de pneus três vezes. O espanhol, que largou mal e caiu de quarto para nono na primeira volta, fez das tripas coração para terminar em quarto. O brasileiro teve outra atuação apagada. No início, ainda resistiu com garra ao assédio de Button. Mas quando perdeu a posição para o britânico (que foi punido por ter cortado caminho), foi ultrapassado também por Alonso e desapareceu da corrida.
Felipe recebeu a bandeirada em nono. Horas depois de encerrada a prova, ganhou duas posições de presente porque a dupla da Sauber, que havia chegado à sua frente, foi desclassificada por irregularidades nas asas traseiras. Sergio Pérez, estreante mexicano, havia terminado em sétimo com uma atuação brilhante, tendo feito apenas um pit stop. “Não sei como ele conseguiu isso”, espantou-se seu chefe Peter Sauber. Kobayashi tinha sido o oitavo.
Massa justificou a má atuação com o que considerou uma escolha equivocada da Ferrari na hora da primeira parada. “Colocamos pneus duros achando que poderiam durar até o fim, mas o carro ficou muito lento e eu ainda tive de trocar de novo”, falou o brasileiro. “Mas nosso carro não foi competitivo como queríamos.” Alonso foi além: “O Vettel estava em outro planeta”.
O grande nome do dia acabou sendo Vitaly Petrov. O russo conseguiu seu primeiro pódio na F-1, levando o carro preto e dourado da Renault à terceira colocação. “Provei que posso liderar esta equipe e que mereço a confiança de todos”, falou. De fato, ninguém apostava muito nele no time – Kubica era o primeiro piloto, mas está fora do campeonato depois do acidente que sofreu numa prova de rali.
Petrov largou muito bem, saltou de sexto para quarto, e sustentou a posição sem erros e com duas paradas precisas nos boxes. Nas últimas voltas, sofreu uma aproximação perigosa de Alonso. Mas conseguiu evitar a pressão do espanhol e faturou a primeira taça da categoria na história de seu país.