O britânico Sebastian Coe venceu nesta quarta-feira a eleição para substituir Lamine Diack como presidente da Federação Internacional das Associações de Atletismo (IAAF, na sigla em inglês) e assumiu o imediato desafio de restaurar a imagem de um esporte envolvido em controvérsias sobre doping.

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Em uma disputa que envolveu lendas do esporte, Coe, de 58 anos, recebeu 115 votos, superando o ucraniano Sergei Bubka, que teve 92, na votação realizada em Pequim, palco do Mundial de Atletismo a partir do próximo sábado.

Poucos duvidam do compromisso e das credenciais de Coe. Ele é dono de duas medalhas de ouro olímpicas nos 1.500 metros, foi parlamentar na Grã-Bretanha e integrante da candidatura e membro da organização dos Jogos Olímpicos de 2012, em Londres.

Ele disse que viajou 700 mil quilômetros durante a campanha para visitar as federações nacionais em “seus quintais”.”Isso para mim é o auge. É meu esporte, minha paixão. É a coisa que eu sempre quis fazer”, disse Coe, que anteriormente tinha dito ao Congresso da IAAF que a vitória eleitoral foi a ocasião mais importante da sua vida, além do momento em que se tornou pai.

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Coe elogiou Bubka por contribuir para uma campanha que “deu ao esporte uma oportunidade de fazer uma pausa para respirar e se renovar”.”As eleições são uma boa oportunidade para o esporte para sentar e pensar sobre o seu futuro. Eu tenho certeza que nós somos mais fortes após passarmos por esse processo”, afirmou.

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Bubka, que foi recordista mundial, campeão olímpico e mundial do salto com vara, manteve o seu cargo de vice-presidente em uma votação posterior. “Eu sei que atletismo vai crescer no futuro e se tornar mais forte e mais forte. Nada mudou na minha vida. Vou continuar a servir ao atletismo com dignidade e grande paixão como eu fiz antes”.

A eleição da IAAF, realizado às vésperas do Mundial, vinha sendo ofuscada pelas críticas à entidade por supostamente não ter agido para combater suspeitas de doping generalizado. A TV alemã ARD e o jornal britânico Sunday Times, da Grã-Bretanha, tiveram acesso a um estudo de 2011 que apontava a existência de dezenas de casos de doping sanguíneo.

A IAAF negou que tenha tentado bloquear a publicação do estudo, e confirmou que 28 atletas haviam sido capturados em novas avaliações de seus exames antidoping dos Mundiais de 2005 e 2007, mas disse que nenhum dos atletas vai participar do evento deste ano.

Coe, que na semana passada descreveu as acusações como uma “declaração de guerra” contra o esporte, propôs que um tribunal totalmente independente avalie os casos. Ele se recusou a apontar detalhes dessa comissão independente, mas declarou que trabalhará o assunto com seu conselho antes e após 31 de agosto, quando substituirá formalmente Diack, de 82 anos, que deixa o comando da IAAF depois de 16 anos. “Há tolerância zero ao doping no meu esporte. Eu vou manter isso com o mais alto nível de vigilância”, disse Coe. É algo que vou querer discutir com prioridade”.

Podiam voltar na eleição 211 federações, com o Afeganistão e o Irã ausentes e o Gabão suspenso. Ocorreram outras votações, incluindo as escolhas de Dahlan Al Hamad, Hamad Kalkaba Malboum e Alberto Juantore, além de Bubka, para a vice-presidência da IAAF.