Se chegar à final da Sul-Americana, Atlético pode jogar nos EUA

A um degrau da decisão da Copa Sul-Americana, o Atlético tenta solucionar na diplomacia o mesmo entrave que o impediu de disputar em casa a final da Libertadores-2005. Caso passe pelo vencedor de Lanús/ARG x Pachuca/MEX na semifinal, o Furacão sonha em convencer a Confederação Sul-Americana de Futebol (Conmebol) a liberar a Kyocera Arena, na Baixada, do que jeito que ela está – a construção às pressas de arquibancadas tubulares foi praticamente descartada.

Mas a direção do clube tem outras cartas na manga, algumas surpreendentes, para não ficar em desvantagem numa hipotética final.

O regulamento da Sul-Americana não fala sobre a capacidade dos estádios – no último item, determina que

?as demais disposições de índole geral, disciplinar, entre outras, serão baseadas na regulamentação vigente da Copa Libertadores?. E as regras da Libertadores são as mesmas do ano passado: nas finais, os estádios terão que comportar no mínimo 40 mil torcedores.

O Joaquim Américo tem capacidade para 24 mil pessoas, mas o Atlético já iniciou conversas com a Conmebol para trazer o jogo para Curitiba. O clube tenta achar uma brecha exatamente na omissão das regras específicas do torneio sobre o tamanho do estádio, além de demonstrar que sua praça apresenta boas condições de segurança.

Caso não dê certo, o Atlético não vai recorrer às arquibancadas tubulares, como fez, de forma frustrada, antes do primeiro jogo da final da Libertadores de 2005, contra o São Paulo. Na ocasião, a Conmebol vetou a estrutura montada a toque de caixa alegando que haveria risco à segurança do público.

O primeiro jogo aconteceu no Beira-Rio, e Atlético e São Paulo ficaram no empate, em 1 a 1.

O presidente atleticano João Augusto Fleury da Rocha, que só costuma falar com a imprensa paranaense em entrevistas coletivas, disse ao portal paulista Pelé.Net que montar as tubulares seria um desperdício. ?Não vamos fazer o investimento absurdo de R$ 4 milhões como no ano passado. O torcedor atleticano deve ficar feliz com a possibilidade de disputarmos o título?, declarou Fleury ao portal. A empresa de engenharia Orpec, que montou as arquibancadas, apresentou documentos na época mostrando que o Atlético gastou R$ 370 mil com as tubulares. A Tribuna tentou contato com Fleury por meio da assessoria de imprensa, mas não obteve resposta.

Como nenhum outro estádio paranaense tem os 40 mil exigidos pela Conmebol, o Rubro-Negro investiria numa possibilidade curiosa: levar os dois jogos decisivos para os Estados Unidos. É o país-sede da FOX, empresa que detém os direitos da competição, e que tem interesse em explorar o esporte junto aos latino-americanos residentes na terra do Tio Sam. Seria ainda uma alternativa potencialmente lucrativa aos cofres rubro-negros.

A terceira e última via seria mandar a partida fora de Curitiba. A primeira opção é, novamente, o Beira-Rio, onde o Furacão teve boa receptividade na decisão da Libertadores-2005. Além do mais, a decisão seria contra um time estrangeiro (Colo-Colo, do Chile, San Lorenzo, da Argentina, ou Toluca, do México), o que poderia incentivar o público gaúcho a torcer pelo Atlético.

O Morumbi, mais próximo de Curitiba, teria poucas chances pelo relacionamento conturbado entre a diretoria rubro-negra e a são-paulina.

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