Scolari profere palestra no Sebrae em Curitiba

As experiências do esporte podem ajudar no mundo dos negócios. É o que acredita Luiz Felipe Scolari, o Felipão, técnico do Palmeiras. Ele proferiu palestra ontem em Curitiba durante o Encontro Sebrae de Negócios – Oportunidades para 2014.

“Se quiser mostrar algo, é preciso estudar o mercado e te preparar em termos gerais para trabalhar no seu negócio. Depois, as oportunidades aparecem. Quando elas aparecerem, você terá melhores condições do que os rivais”, comentou Felipão, campeão mundial em 2002 com a Seleção Brasileira.

Ele também treinou a seleção de Portugal entre 2003 e 2007. Foi a uma final de Eurocopa e conquistou o quarto lugar na Copa do Mundo de 2006. Felipão ainda treinou o Chelsea, da Inglaterra, em 2008, e Bunyodkor, do Uzbequistão, até o ano passado, antes de retornar ao Brasil, onde também teve uma carreira vitoriosa, com conquistas da Copa do Brasil e da Libertadores da América na década de 1990, por Grêmio e Palmeiras.

O treinador não quis falar de esporte ontem. Isto estava, inclusive, determinado no contrato que ele assinou com a organização do evento. Mas o próprio Felipão não resistiu ao fazer as comparações entre as empresas e as equipes de futebol.

De acordo com ele, em uma Copa do Mundo não dá para fazer toda a preparação de um time apenas para jogar contra uma seleção específica. É preciso se preparar de maneira geral e, conforme for avançando, os trabalhos também evoluem.

“A Seleção Brasileira na Copa do Mundo de 2010 estava muito bem. E um jogo, com dois ou três momentos de desatenção, a Seleção foi desclassificada. Às vezes a preparação é boa. Mas o futebol é imprevisível”, afirmou Felipão.

O técnico do Palmeiras lembrou que os empresários não estão acostumados a lidar com os imprevistos durante o planejamento e a execução. No esporte, lidar com a derrota e os desvios nas metas é uma obrigação.

“As pessoas só olham para o cume, para o topo do prédio. Mas tem que começar a trabalhar. É muito bonito olhar para quem está lá em cima, mas em quanto tempo a pessoa levou para chegar lá?”, contou o treinador.

O ensinamento sobre a importância de lidar com o que não deu certo veio logo no início da carreira de técnico. Após encerrar a carreira de jogador do CSA, de Alagoas, Felipão depois se tornou treinador do mesmo clube.

“Depois de três meses, fui mandado embora. Porque eu não estava preparado. Às vezes, a queda pode ser boa, se for vista como oportunidade para melhorar”, explicou Scolari.

Depois deste episódio, ele retornou para o Rio Grande do Sul e começou a treinar a categoria de juniores do Brasil de Pelotas. Por causa da ausência, por motivos de saúde, do treinador do time profissional em uma excursão da equipe ao exterior, e por ter diploma para técnico de futebol (exigido na época), ele conseguiu uma oportunidade.

Felipão acredita que, para o Brasil fazer uma boa Copa do Mundo em 2014, não basta apenas investir nos estádios. Uma das áreas que deve receber atenção é a comunicação com os turistas estrangeiros.

Felipão teve que aprender inglês na marra (e começou com aqueles métodos com fitas cassetes, na década de 1980), quando foi para o mundo árabe e, recentemente, mostrou o que sabe da língua estrangeira quando foi treinador no Chelsea.

“Se quisermos fazer uma Copa bem feita, temos que nos direcionar para isso também”, opinou. Ele ainda disse que muitos clubes estão investindo em aulas para os jovens jogadores, e não apenas o ensino regular, mas também as línguas. “Estes jogadores poderão ser negociados com times do exterior e a adaptação na Europa será muito mais fácil. Este é o caminho”, enfatiza o t,reinador.

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