São Paulo – As últimas duas semanas foram de intenso bombardeio de informações atravessadas na Fórmula 1. Na véspera da primeira corrida do ano na Europa, seu habitat natural, a imprensa especializada se dedicou a especular sobre o futuro de alguns de seus principais personagens, Michael Schumacher à frente. Do outro lado da trincheira, os envolvidos se esforçaram para negar tudo o tempo todo. Mas algumas pistas parecem mais concretas. E indicam que o alemão tem boa chance de continuar correndo onde está.
Schumacher teve seu nome ligado, primeiro, à Renault, que teria nele o contragolpe ideal para a perda de Fernando Alonso para a McLaren ? transferência já confirmada para 2007. Flavio Briatore, diretor da equipe, desmentiu com a classe de sempre: ?É como dizer que vou sair com uma mulher de 90 anos?, falou. ?Sem chance.?
Depois foi a Red Bull que tornou público seu interesse pelo heptacampeão. Quem falou nele foi o dono da empresa de bebidas energéticas, Dietrich Mateschitz. ?Quando chegarmos ao meio da temporada, vou ter uma palavra com ele?, disse o austríaco, que jogou mais gasolina na fogueira: ?Acho que a BMW, de quem ninguém está falando, pode ser uma opção para ele também?.
Michael fechou-se em copas, alegando que qualquer coisa que disser só serve para alimentar mais especulações. ?Quando eu falo, acabo um boato e começo outro?, suspirou. Seu chefe Jean Todt classificou todas as notícias envolvendo o piloto de ?ridículas?. Ross Brawn, diretor-técnico da Ferrari, tentou estancar o assunto dizendo que ?acha? que Schumacher renova ? o que só serviu para reforçar a tese de que ele não pára no fim do ano.
Outro que se encontra no olho do furacão é Kimi Raikkonen. Dele já se disse que assinou com a Ferrari, mas teria uma cláusula que só confirmaria a mudança se Schumacher não estivesse no outro carro. O finlandês nada comenta. Norbert Haug, diretor da Mercedes, garantiu que nada está definido. ?Seu empresário já nos disse que nenhuma decisão foi tomada. E eu acharia muito estranho Kimi sair de um carro que está ganhando para ir correr numa Ferrari que agora não está andando bem.?
O maior desempregado de luxo de 2007 será Juan Pablo Montoya. A McLaren não vai renovar seu contrato, mas o colombiano diz que não está nem aí. ?Não vai faltar lugar no ano que vem?, acredita. A Red Bull já teria feito um contato com ele. E a Renault, também.
Em meio a tanta especulação, é bom que se lembre que a partir de hoje começa o GP de San Marino, em Ímola, com os primeiros treinos livres para a quarta etapa do mundial. Serão duas sessões, a primeira às 6h e a segunda às 9h (de Brasília). O grid sai amanhã e a corrida, domingo, terá largada às 9h.
FIA mantém teto de 12 equipes em 2008
São Paulo – Diferente do que o mundo da F-1 pensava, a FIA vai cumprir o que estabelece o atual Pacto da Concórdia e colocar como 12 o máximo de equipes na categoria. Assim, os 11 novos grupos/times que fizeram inscrição no fim do mês passado para tentar participar do Mundial de 2008 concorrem apenas a uma única vaga.
A informação surgiu ontem em Ímola. Mas a disputa já parece ter vencedor: a Prodrive, de David Richards, que enfrenta oposição para montar sua grandiosa sede numa cidade do interior da Inglaterra ? os moradores não querem que o caráter ?rural? do lugar seja afetado com as instalações. Richards foi chefe da Benetton e da BAR e atua também, há anos, no Mundial de Rali.
A FIA fará um anúncio apenas no próximo dia 28. A entidade pediu um dossiê das 11 ?novatas? em que se detalham planos de infra-estrutura, orçamento e comprometimento com o esporte.
A Prodrive já estaria conversando com a Cosworth para ser sua parceira, já que a Williams deve usar motores Toyota no ano que vem.
