Schumacher, de luto, vence

O alemão Michael Schumacher conquistou sua primeira vitória na temporada 2003 no GP de San Marino, disputado ontem no circuito italiano de Ímola, fazendo a festa dos tifosi que compareceram ao autódromo Dino e Enzo Ferrari. Mas a festa não pôde ser compartilhada pelo vencedor, que estava de luto pela morte de sua mãe, que faleceu na madrugada de sábado em Colônia, na Alemanha.

O segundo lugar ficou com o finlandês Kimi Raikkonen, da McLaren, que correu com uma estratégia diferente de Ferrari e Williams, fazendo apenas duas paradas nos boxes, contra três das rivais. O brasileiro Rubens Barrichello terminou em terceiro, prejudicado por uma falha dos mecânicos em sua última troca de pneus, perdendo um segundo lugar certo.

A corrida, entretanto, não começou exatamente da forma como Schumacher gostara. Partindo da pole, ele perdeu o primeiro posto para Ralf, que partiu melhor e tomou a ponta na tomada para a curva Tamburello. Barrichello se manteve em terceiro, seguido por Juan Montoya, da Williams, Kimi Raikkonen. Nas primeiras dez voltas, o alemão da Ferrari pressionou bastante o Williams n.º 4, mas sem conseguir a ultrapassagem.

Mas, como invariavelmente já aconteceu no passado, Michael conseguiu tomar a ponta no trabalho de box. O primeiro a entrar no pit lane foi Ralf, na 15.ª volta. Ele foi seguido, na volta seguinte, por Barrichello e por seu companheiro de equipe, Montoya. Somente na volta 17 é que Schumacher fez sua parada, ganhando tempo suficiente para retornar à pista na primeira colocação.

Após a primeira rodada de pits ficou claro que a estratégia da McLaren era diferente das duas pricipais rivais. Raikkonen e seu companheiro David Coulthard pararam apenas nas voltas 21 e 22, mostrando que fariam apenas duas paradas. O finlandês retornou na quarta colocação, superando Montoya, que teve problemas em sua parada.

Na volta 32, Ralf pára e faz o seu segundo trabalho de box, seguido por Barrichello duas voltas mais tarde. O brasileiro, ao contrário de seu companheiro, não conseguiu passar o piloto da Williams. Montoya, novamente com problemas, perde tempo e vai ficando para trás, enquanto Schumacher faz sua parada na volta 35 e retorna com folgados dez segundos de vantagem.

A dupla da McLaren faz sua segunda parada somente nas voltas 44 e 45, pouco antes de Ferrari e Williams chamarem seus pilotos novamente para os boxes. Ralf entra na volta 48, seguido pelo irmão na passagem seguinte e Barrichello na 50. Tudo indicava que o brasileiro conseguiria retornar na segunda colocação sem maiores problemas.

Só que exatamente nessa hora, a Ferrari falhou. A roda dianteira esquerda enroscou e o brasileiro levou eternos 13 segundos para deixar o pit lane, retornando na quarta colocação, atrás de Ralf, que era o terceiro, e Raikkonen, que com as paradas nos boxes definidas, ganhou o segundo posto.

Mas Barrichello estava determinado a terminar a prova ao menos o pódio e partiu para cima de Ralf. Na volta 53 aconteceu a manobra mais bonita da corrida. Chegando para a tomada da última chicane colado no Williams, Barrichello abriu pelo lado de fora, obrigando Ralf a fazer o contorno da primeira perna sem o traçado ideal. O brasileiro abriu o máximo que pôde na tangência e fez o mesmo na segunda perna, colocando por dentro e saindo mais forte na aceleração para a reta dos boxes e realizando a única ultrapassagem na pista entre os carros do pelotão da frente.

Nas voltas finais, o brasileiro ainda tentou aproximar-se de Raikkonen, mas quando conseguiu embutir na traseira da McLaren, a prova acabou. O resultado foi ótimo para o finlandês, que manteve-se na liderança, ampliando a vantagem para o segundo colocado. A Ferrari consegue a sonhada recuperação, mas vai ter que trabalhar duro para recuperar o terreno perdido nas primeiras provas devido ao novo sistema de pontuação. Ralf terminou em quarto, seguido por Coulthard, Alonso, Montoya e Jenson Button, da BAR.

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